Não há ‘guerra’ por Orçamento, mas ‘problema de coordenação’, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou nesta segunda-feira (5) que não há uma “guerra” entre o poderes da República por com conta do Orçamento de 2021, mas antes um “problema de coordenação” da elaboração do texto.
“A informação de verdade é que não há um desentendimento, uma briga, uma guerra. Disseram que havia uma guerra do presidente da Câmara com o ministro da Economia, ou uma guerra contra o Senado. Não é esse o clima, de forma alguma. É muito mais de problema de coordenação da elaboração desse Orçamento”, afirmou Paulo Guedes em videoconferência promovida pela XP Investimentos.
A discussão envolvendo o texto gira entorno da polêmica medida de cortar despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários, para bancar emendas parlamentares.
O modo turbo para emendas parlamentares foi recebido como inexequível pela equipe econômica do governo Jair Bolsonaro, conforme reportou a Folha de S.Paulo na semana passada.
Apesar disso, para o ministro não houve “má-fé”. “Pela primeira vez, o governo Bolsonaro está aprovando ou elaborando um Orçamento com sua própria base parlamentar. É muito mais um time que nunca jogou junto, que está começando a botar em pé o Orçamento, do que outra coisa”.
Segundo o economista, mesmo que se cortem até R$ 13 bilhões em emendas, poderia restar algum “vício de origem” no texto. Por isso, o ministro reconheceu que a correção deve levar um certo tempo, já que a peça de orçamento tem 5 mil páginas. “Imagino que vá ser resolvido no prazo estimado”, prometeu.
Mais uma vez, Guedes alertou que o que é politicamente conveniente pode ser juridicamente inconveniente. “Há intenção de cumprir os acordos pela parte política. A palavra final deve ser de cunho jurídico, mesmo”, afirmou. “O importante é que tem uma base parlamentar conversando sobre Orçamento e está todo mundo junto querendo resolver. Os acordos já tinham sido acertados, o problema foi muito mais na execução (do relatório)”, completou.
(Com Estadão Conteúdo)