Não existe documento oficial para a privatização dos Correios, diz ministro
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou que não há nenhum processo de privatização dos Correios em andamento. A declaração ocorreu durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (06).
Segundo Pontes, o fundamental é trabalhar para que os Correios cresçam de forma sustentável, em termos econômico e financeiro. Ele ressaltou ainda que não há como definir ainda se a desestatização da empresa é uma boa solução.
“Se houve a decisão de iniciar esse processo, acho conveniente no futuro reunir essas ideias e trabalhar, se for um dia for decidido, da melhor maneira possível com a participação de todos”, afirmou.
O ministro declarou que não é contra, e nem a favor à privatização. No entanto, falou sobre o assunto com representantes do governo e não recebeu nenhuma determinação do Ministério da Economia para privatizar a empresa.
A declaração contradiz as falas do presidente Jair Bolsonaro de que a estatal será privatizada. Nesta manhã, o mandatário afirmou que mudou sua visão, pois era “estatizante”.
“A maior contribuição que podemos dar aos senhores [empresários] é não interferir em seu trabalho, é tirar o Estado de cima de vocês”, disse Bolsonaro durante a cerimônia de abertura do 29º Congresso Expofenabrave.
Venda dos Correios como prioridade do governo
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que uma das prioridades do governo é a venda dos Correios.
Conforme o ministro, a privatização da empresa deverá ocorrer após a venda da BR Distribuidora. “Entregar carta? Alguém escreve carta aí hoje em dia? Não serve pra ninguém esse modelo econômico que está aí”, disse o ministro.
Saiba mais: Vender os Correios é uma das prioridades do governo, diz Paulo Guedes
Guedes afirmou ainda que, ao depender dele, todas as companhias estatais seriam privatizadas.
No último mês, o presidente Jair Bolsonaro já havia mencionado sua intenção de privatizar a estatal. Contudo, não apresentou um prazo para que isso aconteça.
A expectativa é de que a desestatização dos Correios seja tratada após a aprovação da reforma da Previdência no Senado.