A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmou que conversou com o maior oficial do Exército norte-americano para tentar evitar que o presidente Donald Trump “inicie hostilidades militares ou ordene um ataque nuclear”.
A conversa de Nancy Pelosi com o general Mark Miller ocorreu via telefone, em meio à tentativa dos democratas em retirada à força de Trump da presidência. O presidente fomentou uma série de protestos na capital Washington DC, que acabaram em cenas violentas e em ao menos cinco mortes, além de dezenas de prisões.
“Esta manhã, falei com o presidente do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, para discutir as precauções disponíveis para evitar que um presidente instável inicie hostilidades militares ou acesse os códigos de lançamento e ordene um ataque nuclear”, disse Pelosi em comunicado aos colegas democratas, conforme informou o jornal Financial Times.
A presidente da Câmara afirmou que “a situação deste presidente desequilibrado não poderia ser mais perigosa e devemos fazer tudo o que pudermos para proteger o povo americano de seu ataque desequilibrado ao nosso país e à nossa democracia”.
Discussões sobre destituição de Trump ainda acontecem
A conversa por telefone entre as duas autoridades aconteceu durante as discussões no Congresso para a destituição de Trump, após a ideia da invocação da 25ª emenda à Constituição parecer esfriar entre os republicanos.
A 25ª emenda permite a destituição de um presidente pelo vice-presidente e pelo gabinete se ele for considerado “incapaz de cumprir os poderes e deveres de seu cargo”. Nesse caso, o vice-presidente Mike Pence deveria liderar o gabinete em uma votação para a destituição do mandatário.
Pence, no entanto, se recusou a discutir a utilização da emenda. Pelosi, por sua vez, afirmou que se ele continuasse a bloquear o processo, os democratas tentariam o impeachment de Trump. “Se o presidente não deixar o cargo iminente e voluntariamente, o Congresso dará continuidade à nossa ação”, escreveu.
Durante os violentos protestos no Capitólio durante a última quarta-feira (6), manifestantes pró-Trump invadiram o escritório de Pelosi. O local, que é duramente vigiado por seguranças e policiais, ficou indefeso com a invasão dos apoiadores do presidente. Eles vandalizaram documentos, tiraram fotos e deixaram mensagens dizendo que o grupo “não vai recuar”.
A pressão pelo impeachment do presidente permanece mesmo com a publicação de um vídeo de Trump nas redes sociais, onde diz que os manifestantes violentos “contaminaram a sede da democracia americana”. O mandatário admitiu pela primeira vez realizar a transferência de poder para Joe Biden, presidente eleito em novembro, em 20 de janeiro.
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