MXRF11 prevê lucros acumulados em 2021 e reforça posição em CRIs em janeiro
Em novo relatório gerencial divulgado nesta semana, o FII Maxi Renda (MXRF11) informou que entrou com um pedido de reconsideração da decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questiona a distribuição de dividendos do fundo. Com a apresentação do pedido, a autarquia tem até 60 dias para se manifestar sobre o caso.
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Para relembrar, no final de janeiro, o MXRF11 informou que a CVM determinou que o fundo só poderia pagar dividendos aos seus cotistas em caso de lucro contábil, e não apenas lucro caixa – como é o mais habitual na indústria de fundos imobiliários.
Na prática, a mudança no entendimento da autarquia compromete a previsibilidade do pagamento de proventos dos FIIs. Isso porque, em caso de pagamentos excedentes ao lucro contábil, eles devem ser considerados amortização, uma forma de distribuição sujeita à tributação, enquanto os dividendos de FIIs são isentos de Imposto de Renda.
Enquanto a CVM não se pronuncia sobre o pedido de reconsideração, o Maxi Renda afirmou no relatório gerencial que os números de encerramento de 2021 ainda não passaram por auditoria independente, mas a expectativa é de que a carteira tenha terminado o ano passado com lucros acumulados.
Performance do MXRF11 em janeiro
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Em janeiro, o Maxi Renda ultrapassou a marca simbólica de 500 mil cotistas, ou 1/3 de todos os investidores da indústria de fundos imobiliários, segundo dados da B3 (B3SA3). Ao todo, o FII fechou o mês com 503.710 cotistas, alta de 3% na comparação mensal.
Segundo o regime caixa do fundo, os rendimentos obtidos em janeiro somaram R$ 20,63 milhões, totalizando R$ 0,091 por cota. Cada operação teve a seguinte distribuição de dividendos:
- Permutas financeiras: distribuíram no mês R$ 2,20 milhões
- Book de CRIs: o resultado caixa foi de R$ 17,74 milhões
- Book de FIIs: teve um resultado no mês de R$ 2,51 milhões
O MXRF11 ressalta em relatório gerencial que o fundo continua com sua estratégia de manter um portfólio composto por “CRIs com boa qualidade, com foco em originação e estruturação próprias”. O objetivo é gerar ganho de capital em operações no mercado secundário com a estratégia.
Em relação às movimentações no mês de janeiro no portfólio do MXRF11, a gestão seguiu com a estratégia de reciclagem da carteira. No book de CRIs houve algumas alienações parciais e nenhum investimento; no book de FIIs a gestão alienou R$ 2,46 milhões; já no book de permutas financeiras não houve mudanças no período.
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Rendimentos do Maxi Renda
Os dividendos referentes ao mês de janeiro foram pagos aos cotistas do MXRF11 no dia 14 de fevereiro, no valor de R$ 0,091 por cota. “Considerando o valor de fechamento da cota no mês (R$ 9,33) o resultado equivale a 131,73% do CDI no período, já livre de impostos, ou ainda 154,98% do CDI com um gross-up de 15% de impostos”, indica o relatório.
O Maxi Renda fechou janeiro com um patrimônio líquido de R$ 2,315 bilhões versus um valor de mercado de R$ 2,108 bilhões, distribuídos em 226,04 milhões de cotas.
Em relação à liquidez, foram 441.514 negociações de cotas do fundo em janeiro, movimentando um volume de R$ 215,24 milhões. A liquidez média diária do MXRF11 na bolsa de valores foi de R$ 10,25 milhões.
O valor patrimonial da cota do FII fechou em R$ 10,24 a unidade, enquanto a cotação do MXRF11 no mercado secundário encerrou o mês valendo R$ 9,33 cada.