Cada vez mais a presença feminina no mercado financeiro tem chamado a atenção. Nomes como Ana Laura Magalhães (@explicaana), Nathália Rodrigues (@nathfinancas) e Gabriela Mosmann (@gabrielamosmann) conquistam e trabalham para atrair mais mulheres para este mercado.
Acontece que com as mulheres tomando lugar de fala sobre a administração de ativos na carteira, outras se sentem inspiradas a também a administrar e compartilhar suas experiências. Com isso, surge a oportunidade de realocação profissional para atuar no mercado financeiro. Mas é importante que antes a mulher se especialize e, um dos certificados que dá o direito de atuar neste setor é o Chartered Financial Analyst Society (CFA).
O certificado é conhecido por ser uma das certificações financeiras mais difíceis de serem obtidas em todo o mundo. Ele é um comprovante de amplo conhecimento sobre mercado financeiro, possibilitando ao profissional trabalhar em praticamente qualquer lugar do mundo como analista.
Durante o evento Bloomberg Women’s Buy-Side Netwoork (BWBN), foi divulgado que a participação feminina na indústria de buy-side (termo usado no mercado para se referir a agentes que atuam comprando e investindo) continua muito menor do que a masculina, especialmente em cargos de liderança. “No Brasil, apenas 11% dos titulares de cartas CFA são mulheres, enquanto isso é 18% no mundo todo”, disse a vice-presidente da CFA Society Brasil, Márcia Sadzevicius, disse no evento.
Atualmente o certificado é o mais alto nível de reconhecimento jurídico e regulatório global de qualificações relacionadas a finanças. Por ser um atestado aceito em vários países, os profissionais habilitados podem prestar consultorias de investimento e trabalhar em bancos e empresas no exterior.
“A certificação CFA é altamente reconhecida em qualquer instituição global. Queremos resolver essa lacuna de gênero e aumentar a participação das mulheres no mercado financeiro”, completou Sadzevicius.
Mais mulheres com CFA, mais se falará sobre finanças femininas
Com mais mulheres no mercado financeiro, mais se falará sobre finanças femininas. Há quem diga ensinar sobre finanças é tudo a mesma coisa, independente do gênero, mas as especialistas discordam.
Em entrevista ao SUNO Notícias, para a matéria “Finanças femininas: por que é fundamental mulheres falarem sobre dinheiro“, a Ana Laura Magalhães, que também é sócia da XP, disse que o termo não tem o objetivo de criar uma carteira mais competitiva com os homens. Na verdade, trata-se de ninchar o público para que elas se sintam representadas e tomem controle de suas vidas.
“Quando falamos de finanças femininas não estamos excluindo o outro, estamos apenas trazendo mais amparo para um determinado grupo de pessoas que hoje são a minoria no mercado financeiro”, disse a sócia da XP Investimentos e dona do perfil ExplicaAna, Ana Magalhães.
Com isso, as mulheres que possuem o CFA encorajam outras a entrarem nesse mercado para disseminarem ainda mais a educação financeira, com o objetivo de estimular que as mulheres tomem suas próprias decisões.
“O CFA otimizou meu conhecimento no mercado financeiro e contribuiu para o crescimento da minha carreira. Ter a certificação garantiu um melhor networking, mas é importante destacar que as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer nesse quesito. Devemos encorajar o desenvolvimento de habilidades sociais, como relacionamentos interpessoais para construir uma rede de apoio mais transparente e inclusiva”, disse Adelia Souza, CFA, Analista de Ações e Sócia Fundadora da Encore Asset Management, durante o evento BWBN.