O Mubadala Capital, braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi, disse que planeja investir mais de US$ 1 bilhão por ano para ampliar suas participações no país, que vão desde uma refinaria de petróleo até uma estrada com pedágio.
Segundo o presidente da Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, a empresa aportou mais de US$ 5 bilhões aqui, mais de uma década depois de vir para o país para investir em commodities do então bilionário Eike Batista. Para ele, a escala e o potencial de retorno no Brasil tornam o país o local mais atraente de América do Sul.
A gestora acaba de fechar um fundo específico para o Brasil, avaliado em mais de US$ 710 milhões, e deve começar a levantar capital para um fundo ainda maior em 2024. Atualmente, possui US$ 20 bilhões sob gestão, dos quais quase dois terços provêm de investidores externos.
No radar da Mubadala, estão empresas com dificuldade de capital, uma nova Bolsa de Valores para competir com a B3 e até mesmo a criação de uma nova liga de futebol no Brasil. Seu portfólio atual inclui uma rodovia com pedágio no Estado de São Paulo e a produtora de etanol Atvos, ambas adquiridas junto à Novonor, a antiga Odebrecht.
O grupo também é dono da Acelen, empresa que criou para operar uma refinaria de petróleo adquirida da Petrobras (PETR4) na Bahia.
Na parte de energia verde, a Mubadala Capital está expandindo a produção na Atvos e explorando a adição de outros biocombustíveis, incluindo combustível de aviação sustentável.
Mubadala compra ações da Bluefit
No início de setembro, o fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala anunciou que fez um acordo para a compra das ações dos atuais sócios da rede de academias Bluefit, além de realizar um aporte direto na companhia através da emissão de novos papéis. A operação é avaliada em R$ 464,1 milhões.
Os acionistas da empresa assinaram um acordo com a MC Brazil Fitness Holding, um veículo do Mubadala, ontem. Através do contrato, a MC pagará R$ 114,1 milhões para comprar ações dos atuais detentores. Adicionalmente, vai aportar na Bluefit mais R$ 350 milhões, para subscrever novas ações que a companhia emitirá.
Ao todo, a MC vai passar a deter 51% do capital social total e votante da rede de academias. Na prática, terá o controle do negócio, caso a operação seja aprovada por autoridades como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Bluefit informou ainda que, no fechamento da operação com a Mubadala, seria celebrado um acordo de acionistas, para reger a relação entre a MC e os demais acionistas. O maior acionista da empresa atualmente é o Leste Private Equity FIP – Multiestratégia IE, com 32,55% do capital.
Com informações de Estadão Conteúdo