A árabe Mubadala Capital, subsidiária da holding Mubadala Investment Company, está em nova fase e deve montar uma carteira no Brasil, com ativos sem relação com Eike Batista. As informações são do “Valor Econômico”.
Em 2011, a Mubadala Capital aplicou cerca de US$ 2 bilhões no Grupo EBX, do empresário Eike Batista. Eike foi preso em 2017 na Operação Lava Jato, por lavagem de dinheiro e corrupção. Entretanto, a Mubadala Capital não acumulou perdas com o caso financeiro de Eike e a EBX Brasil (veja mais abaixo).
O Mubadala Investment Company é um dos dois grandes fundos soberanos de Abu Dhabi. O outro, o Adia, tem uma carteira voltada para títulos de dívida e ações. O Mubadala, por sua vez, investe em empresas privadas. Em mais de 30 países, são US$ 225 bilhões distribuídos por todo o mundo.
Deste montante, US$ 25 bilhões estão sob a administração da subsidiária Mubadala Capital, que é responsável pela gestão de fundos de private equity, venture capital e operações de crédito (tanto com a verba do fundo soberano, como dos recursos de terceiros).
Mubadala Capital e a composição da nova carteira
Na semana passada, a Mubadala Capital adquiriu a Rota das Bandeiras, concessionária de rodovidas que pertencia ao Grupo Odebrecht. Os recursos para a aquisição, estimada em R$ 1,65 bilhão, veio de terceiros e do fundo soberano.
Além disso, a Mubadala Capital também deu início à captação de um fundo de private equity dedicado ao Brasil. Quando concluído, este será o primeiro fundo do modelo. Pois, geralmente, os fundos são segmentados por classes de ativos.
Segundo fontes próximas ao “Valor Econômico”, o objetivo é que o fundo dedicado ao Brasil levante ao menos US$ 1 bilhão. A origem do montante devem ser investidores locais e institucionais americanos, europeus e asiáticos.
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Mubadala e EBX
O Mubadala Capital mais que dobrou os US$ 2 bilhões investidos na EBX em 2011. Atualmente, o fundo conta com US$ 5 bilhões, fruto de rendimentos das garantias dos ativos da EBX.
Desde portos e empresas de entretenimento, até ações do Burger King e um prédio corporativo no Rio de Janeiro (RJ) foram algumas das garantias dadas pela EBX à Mubadala.
A experiência do grupo árabe com a EBX na gestão dos chamados investimentos em situações especiais (empresas endividadas que estão perto de quebrar, ou que já estão em recuperação judicial) aumentou o apetite da Mubadala Capital em mirar neste tipo ativo. Isto, pois, os retornos mínimos buscados para estratégias que envolvem maior risco são de 20%.