A fornecedora norte-americana de índices MSCI vai excluir as três maiores empresas de telecomunicação da China de seus benchmarks conforme busca se alinhar com a ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que barra investimentos em companhias chinesas que supostamente possuem ligação com o poder militar do país asiático.
De acordo com informações do Financial Times, as ações das China Mobile, China Telecom e China Unicom, negociadas na Bolsa de Valores de Hong Kong serão retiradas de muitos dos índices fornecidos pela empresa norte-americana, incluindo o MSCI China All Shares e o All Country World, no fechamento do pregão desta sexta-feira (8).
Hoje é o último dia completo de negociação antes da ordem executiva de Donald Trump entrar em vigor na próxima segunda-feira (11).
As companhias chinesas se tornaram alvo da administração do republicano em seus últimos dias de mandato. Na última quarta-feira (6), o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro (Ofac, órgão responsável por políticas de sanções dos Estados Unidos) publicou uma orientação proibindo investidores norte-americanos de adquirirem ações dos três grupos.
Decisão do MSCI dispara venda de ações
O anúncio da MSCI de que excluiria as três empresas chinesas de telecomunicações de seus índices deixou apenas um dia para os fundos globais entrarem na dança das cadeiras e rebalancearem bilhões de dólares em investimentos passivos.
Segundo a agência Bloomberg, a corrida para reequilibrar as carteiras levou a um aumento no volume de todas as três ações para pelo menos 18 vezes a média diária nos últimos três meses.
Os papéis da China Unicom fecharam em queda de 0,90% na Bolsa de Valores de Hong Kong, enquanto a China Mobile e a China Telecom perderam 4,16% e 3,45%, respectivamente.
Ainda de acordo com a agência, estavam investidos mais de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,44 trilhões) em fundos de índice que rastreiam os indicadores da MSCI.