A Log-In (LOGN3) recebeu uma carta com a proposta de compra de até 67% de seu capital social pela Sas Shipping Agencies Services, subsidiária da MSC. A informação foi divulgada por meio de um fato relevante na noite da última quarta-feira (15).
A carta, recebida pela Log-In, também foi apresentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O processo aconteceria através de uma oferta pública de aquisição (OPA, na sigla em inglês) a ser lançada futuramente.
O preço por ação proposto pela subsidiária da MSC é de R$ 25, sendo que hoje as ações da Log-In são negociadas a R$ 14,95 na B3. A Sas Shipping ressaltou que buscará obter os devidos compromissos formais com os acionistas da Log-In, propondo uma OPA voluntária.
A proposta de OPA da Log-In será analisada pela empresa, bem como suas obrigações frente a proposta já formalizada, segundo o comunicado divulgado ao mercado.
A Sas informou que os termos e condições apresentados na carta não substituem a publicação do edital de OPA voluntária, a ser realizada posteriormente. Vale pontuar, ainda, que atualmente nem a MSC nem a SAS detêm participações acionárias na Log-In.
“A Sas espera iniciar as discussões sobre este assunto”, diz a subsidiária para encerrar a carta.
A MSC é uma empresa logística de origem suíça, fundada em 1970 e que atualmente possui uma frota de 600 navios e mais de 100 mil colaboradores.
A atuação da companhia chega a 155 países, fazendo escalas em 500 portos por meio de 230 rotas comerciais. São transportados 23 milhões de unidades equivalentes a vinte pés (TEU) por ano.
Em comentário, o Goldman Sachs salientou que a proposta da MSC perfaz um prêmio de 67% sobre o preço corrente das ações e de 20% sobre o preço-alvo atribuído pelo banco.
Além disso, a instituição pontua que a MSC não é a controladora de outros players de cabotagem no Brasil, sendo que dois deles são controlados pela Maersk e CMA — o que poderia facilitar a aprovação do Cade.
“Continuamos com a classificação de compra na Log-In, pois acreditamos que, a longo prazo, ela deve ser capaz de continuar a aumentar a capacidade de transporte e ganhar participação de mercado em relação aos caminhoneiros na matriz de transporte brasileira.”
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Log-In reverte prejuízo e lucra R$ 37,5 milhões no segundo trimestre
A Log-In teve um lucro líquido de R$ 37,5 milhões no segundo trimestre de 2021, revertendo prejuízo de R$ 14,8 milhões registrado em igual período do ano passado.
De acordo com a companhia de logística, o resultado entre abril e junho é explicado pelo melhor desempenho operacional dos negócios e pela menor despesa de variação cambial.
No resultado divulgado no mês passado, a companhia destacou o maior volume movimentado de contêineres, carga geral e serviços de armazenamento no Terminal de Vila Velha (TVV) e o maior volume de transporte de veículos entre Brasil e Argentina como fatores para a expansão da receita.
O Itaú BBA recebeu positivamente os resultados da Log-In. Segundo relatório, os números apresentados mostraram tendências operacionais de alta em relação ao primeiro trimestre de 2021, que já foi um trimestre forte.