Em relatório após a prévia dos resultados do 1T24 da MRV (MRVE3), analistas da XP (XPBR31) avaliaram que a construtora apresentou dados operacionais mistos no período, com forte desempenho de vendas, compensado por uma piora no cenário de queima de caixa. As ações operam no terreno negativo nesta terça-feira (16) no Ibovespa.
No intradia, as ações MRVE3 caíam 2,65%, cotadas a R$ 6,24. No mês, os papéis caem 20,66%, enquanto no ano, a queda é de 44,96%.
Cotação MRVE3
A XP reforça que os lançamentos das operações core (MRV Inc.) atingiram R$ 1,59 bilhão, mantendo uma abordagem conservadora esperada para focar nas vendas de estoque, na visão da casa, apesar do forte desempenho anual.
O ticket médio dos lançamentos da MRV atingiu R$ 236 mil, o que para o banco, é consequência dos lançamentos mais fortes da companhia no grupo 1 do programa Minha Casa Minha Vida.
“Em nossa opinião, isso pode ser um fator de redução da carga tributária para a MRV no futuro, à medida que o POC [Percentual de Conclusão] dos novos lançamentos evoluir”, escreveram os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton.
Ainda de acordo com a XP, o ticket médio das vendas da MRV mantiveram o crescimento sequencial, atingindo R$ 248 mil (+14 a/a), enquanto os preços da MRV (apenas baixa renda) atingiram R$ 239 mil (+12% a/a).
“Vemos isso como uma indicação positiva de um melhor cenário de preços, o que poderia impulsionar melhores margens (a MRV anunciou a margem bruta de novas vendas no nível mais alto em 7 anos)”, pontua a casa.
“Temos uma avaliação mista da prévia operacional da MRV, dada a piora do cenário de queima de caixa nas operações core, embora vejamos com bons olhos os dados operacionais sequencialmente melhores da MRV Inc”, finalizam os analistas.
BTG sobre MRV: estamos otimistas quanto ao MCMV
Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) também reforçou que a MRV reportou números operacionais mistos no primeiro trimestre, com lançamentos sólidos e crescimento de vendas, mas uma queima de caixa maior do que a esperada.
No entanto, o banco segue otimista quanto ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), mas acredita que a recuperação completa da MRV deverá levar tempo, enquanto suas operações nos EUA continuarem pressionadas pelas taxas de juros elevadas.
O BTG manteve sua recomendação de ‘compra’ para as ações da MRV, com preço-alvo a R$ 17,00.
MRV (MRVE3): vendas líquidas sobem 18,4%, para R$ 2,13 bilhões, em prévia do balanço do 1T24
A MRV atingiu R$ 2,13 bilhões nas vendas líquidas do primeiro trimestre deste ano (1T24), representando um aumento de 18,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo prévia operacional divulgada pela empresa nesta segunda-feira (15).
Os lançamentos da MRV no 1T24 também apresentaram um crescimento expressivo, totalizando R$ 1,594 bilhão, um aumento de 150,4% na comparação anual.
Desse total, 45% dos lançamentos da companhia se enquadraram no grupo 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), diz a empresa, evidenciando a estratégia de focar mais nesse segmento que atende a famílias com renda de até R$ 2.640.
Outro ponto de destaque foi o aumento do ticket médio das vendas da MRV, que atingiram a marca de R$ 248 mil por unidade no 1T24, um avanço de 13,7% em relação ao ano anterior. Além disso, a velocidade de vendas (VSO) foi de 33,1% no 1T24, registrando um aumento de 11,1 pontos percentuais na comparação ano a ano.
Apesar do forte desempenho nas vendas líquidas da MRV, lançamentos e ticket médio, o banco de terrenos da companhia encerrou o trimestre avaliado em R$ 47,6 bilhões, registrando um recuo de 6,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Enquanto isso, outras áreas do grupo MRV&Co enfrentaram um cenário de queima de caixa. A operação norte-americana Resia terminou março com uma queima de caixa de R$ 274,9 milhões, reduzindo ante os R$ 578,4 milhões do ano anterior. Na Luggo, a queima de caixa foi de R$ 5,1 milhões, comparável a R$ 34,5 milhões um ano antes, informou a empresa.
Ainda segundo a MRV, a loteadora Urba registrou vendas de R$ 13 milhões, o que representa um aumento de 33% em relação ao ano anterior. O banco de terrenos do segmento cresceu 60,4% em Valor Geral de Vendas (VGV) nesse intervalo, totalizando R$ 1,9 bilhão. A Urba gerou R$ 17,1 milhões de caixa no primeiro trimestre, ante uma queima de R$ 55 milhões no início de 2023.
O balanço completo da MRV no 1T24 será divulgado em 8 de maio, após o fechamento do mercado.