A MRV (MRVE3) – conglomerado que reúne MRV, Sensia, Luggo, Urba e Resia – teve prejuízo líquido consolidado de R$ 104,9 milhões no quarto trimestre de 2023, segundo relatório de resultados divulgado na quinta-feira (29).
O resultado representa uma perda 68% menor na comparação com o mesmo período de 2022, quando a empresa sofreu um prejuízo de R$ 333 milhões.
Os números negativos ainda são fruto dos empreendimentos com estouros de custos lançados entre os anos de 2020 e 2022, época em que a inflação disparou. No entanto, a companhia passou por uma revisão de negócios, e a administração espera uma melhora gradual nos próximos trimestres.
A receita líquida e consolidada da MRV totalizou R$ 1,940 bilhão no 4T23, alta de 16,8% na comparação anual, ajudada pelo aumento nas vendas de imóveis. A companhia tem se beneficiado da melhora nas condições do Minha Casa Minha Vida (MCMV) para aumentar as vendas e subir preços.
Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da MRV no 4T23 foi negativo em R$ 35,9 milhões, queda de 57,4% na comparação com o mesmo período de 2022, quando foi negativo em R$ 22,8 milhões.
O resultado financeiro da MRV no período gerou uma despesa de R$ 54,6 milhões, queda de 78% na comparação anual, devido à diminuição da alavancagem.
Resultados das divisões de negócios da MRV
Todos os braços da MRV&Co tiveram prejuízo no 4T23: MRV (R$ 10 milhões), Urba (R$ 27,6 milhões), Luggo (R$ 25,7 milhões) e Resia (R$ 41,5 milhões).
O braço MRV (incorporação imobiliária com foco no MCMV) teve lucro líquido ajustado de R$ 103 milhões no último trimestre de 2023, revertendo prejuízo de R$ 93 milhões do mesmo período de 2022. O resultado ajustado exclui efeitos do equity swap, marcação a mercado e perdas não recorrentes.
A receita líquida totalizou R$ 1,893 bilhão, alta de 20,1% na mesma base de comparação anual, refletindo o crescimento das vendas de moradias. A margem bruta atingiu 24,5%. As despesas comerciais cresceram 18,9%, para R$ 196 milhões, acompanhando os maiores esforços de vendas.
As despesas gerais e administrativas aumentaram 35,2%, indo a R$ 141 milhões. A empresa explicou que foi provisionado o valor de R$ 38 milhões referente ao pagamento de bônus pela conclusão da reestruturação dos negócios – isso era o principal gatilho de remuneração variável do ano.
O resultado financeiro gerou uma despesa de R$ 33 milhões, que foi 85% menor na mesma base de comparação anual.
Na Urba – braço de loteamentos da MRV – houve uma queda de 64% na receita, indo a R$ 33 milhões na comparação anual. A margem bruta da Urba despencou para 5,3% devido a revisão no orçamento de uma obra. A companhia explicou que esse efeito foi pontual, e que a margem retomará os níveis normais nos próximos trimestres.
Desempenho das ações de MRV
No fechamento desta quinta-feira (29), as ações de MRV caíram 2,93%, cotadas a R$ 7,62, segundo o Status Invest.
Cotação MRVE3