MRV (MRVE3) tem bons resultados no 4T21, mas queima de caixa é decepcionante, diz BTG Pactual (BPAC11)
O BTG Pactual (BPAC11) diz em relatório que, apesar do resultado operacional positivo da MRV (MRVE3) no quarto trimestre de 2021, a queima de caixa é considerada decepcionante. O BTG Pactual recomenda a compra da ação, no preço alvo de R$ 23.
A MRV divulgou os números na última segunda-feira (17), com dados recordes em histórico de vendas líquidas (em VGV), em um total de R$ 2,4 bilhões.
Para o BTG, os resultados da MRV foram mistos. Tanto a AHS como a Luggo tiveram números fortes e os resultados operacionais no Brasil incluíram lançamentos sólidos, embora com velocidade de vendas abaixo do esperado. A queima de caixa foi um ponto muito importante para os analistas do BTG, que reiteraram o desapontamento.
“Esperávamos uma geração de fluxo de caixa livre no quarto trimestre, devido às grandes vendas de ativos. Ao todo, o cash burn deve elevar a alavancagem da MRV, enquanto a margem bruta no segmento de baixa renda provavelmente mantenha as operações pressionadas, levando a um momento mais difícil de curto prazo”, afirma o banco, em relatório.
As vendas líquidas da MRV totalizaram R$ 1,63 bilhão, uma queda de 8% na comparação anual e 15% abaixo da projeção do banco. Foram distribuídos R$ 1,47 bilhão no segmento de baixa renda (programa CVA), R$ 58 milhões na Urba (atribuição) e R$ 106 milhões da Luggo (empresa multifamiliar). A velocidade de vendas foi de 15%, contra 14% no 3T21 e 19% no 4T20, ligeiramente abaixo da projeção de 17%.
Em relação aos lançamentos, o montante totalizou R$ 2,23 bilhões em projetos no Brasil durante o trimestre, uma alta de 5% e alinhada com as expectativas do BTG.
Em divisões por área, foram R$ 2,14 bilhões na baixa renda, R$ 57 milhões na Urba e R$ 38 milhões sob Luggo. Consequentemente, no ano fiscal de 2021, a empresa atingiu R$ 7,75 bilhões (+6% a/a).
O BTG ressalta que a AHS vendeu três projetos no 4T21 por US$ 149 milhões no trimestre (Princeton Groves, Pine Groves e Lake Worth), gerando US$ 63 milhões em lucro bruto, com margem positiva de 42%. Enquanto isso, a Luggo vendeu 2 propriedades para a Brookfield por R$ 106 milhões, sob o acordo de vendas anunciado recentemente.
Apesar de AHS e Luggo apresentarem um fluxo de caixa livre sólido de R$ 108 milhões e R$ 64 milhões, respectivamente, a MRV&Co registrou uma queima de caixa consolidada de R$ 128 milhões. O BTG aponta que a empresa continuou a fazer aquisições antecipadas de materiais de construção para evitar escassez e evitar a alta inflação da construção.