MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3) e mais: analistas veem cenário positivo para habitação de baixa renda em 2024
Após evento com os principais players do mercado imobiliário, o Itaú BBA afirmou ter uma visão otimista para habitação de baixa renda, embora haja melhorias a serem implementadas no caso do Minha Casa Minha Vida. Dessa forma, construtoras como MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3), Cury (CURY3) podem se beneficiar do cenário. Na renda média, a Cyrela (CRYE3) continua sendo a preferida.
Segundo o BBA, os custos na construção estão sendo controlados, principalmente os preços dos materiais, o que é bom para manter os projetos acessíveis para as pessoas de baixa renda.
Neste contexto, a MRV apresentou uma perspectiva positiva para 2024, com expectativa de crescimento nas vendas e lucratividade. A empresa observou que a lucratividade da MRV no quarto trimestre de 2023 (4T23) já é melhor do que antes da pandemia.
O CEO da MRV, Rafael Menin, espera que a safra de projetos de 2024 seja a mais lucrativa da história da empresa. A introdução do Regime Especial de Tributação do Patrimônio de Afetação (RET 1) e do Fundo de Garantia por Tempo de Trabalho (FGTS Futuro) é esperada em breve, mas uma revisão nas faixas do programa MCMV parece improvável no momento.
A Cury e a Direcional também estão otimistas para 2024, destacando custos controlados, forte demanda, projetos com margens altas e financiamento não problemático. Ambas preveem a introdução do RET 1 e FGTS Futuro em breve, e estão abertos a revisões nas faixas de renda do programa. No entanto, enfrentam competição na compra de terrenos, mas têm conseguido substituir seus estoques.
Já na renda média, a Cyrela mencionou no evento sua performance sólida em 2023 e está otimista em relação ao aumento de lançamentos e vendas em 2024. O CFO da companhia prevê um aumento nos lançamentos da Cyrela em São Paulo em 2024. A reserva de terrenos necessária para 2024 está garantida, e para 2025, a empresa já adquiriu a maioria dos terrenos.
A Cyrela tem mantido uma taxa de distribuição de dividendos estável e espera que a geração de caixa seja neutra este ano, mas acredita que pode aumentar a taxa de distribuição.
MRV: Itaú BBA vê ponto de entrada após queda recente
Os analistas do BBA veem ponto de entrada atraente no papel da MRV depois da queda recente, principalmente para aqueles investidores que querem adicionar algum risco aos seus portfólios.
O BBA destaca que há uma junção de fatores que corroboram a tese sobre as ações da MRV, incluindo “assimetria atraente”, expectativa de forte desempenho operacional e risco de alta para os rendimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Trabalho (FGTS) Futuro e do Regime Especial de Tributação do Patrimônio de Afetação (RET) 1%.
Além disso, a construtora está sendo negociada a 0,55x ao Preço por Valor Patrimonial (P/BV), perto da mínima, que foi em março de 2023, de 0,5x P/BV, apesar de ter um impulso operacional muito melhor agora.
“O movimento dos preços da MRV e o humor dos investidores lembram muito o de março de 2023, quando as ações da empresa atingiram o seu nível mais baixo de todos os tempos. Porém, os ambientes operacional, financeiro e macro estão agora muito melhores e acrescentam potencial de valorização (FGTS Futuro e RET 1%)”, explicam os analistas.
O banco tem recomendação de compra para a ação ordinária da MRV, com preço-alvo de R$ 12, um upside de 40,33% em relação ao fechamento de hoje. No setor, o Itaú BBA mantém preferência para Direcional, mas destaca a “MRV como a escolha certa para quem está disposto a correr mais riscos em busca de maiores retornos”.
Allos é a preferida no segmento de shoppings, diz Itaú BBA
Para os shoppings, segundo o BBA, 2024 é visto como um ano de demonstração de sua capacidade de gerar valor em um ambiente estável, sem grandes mudanças na inflação ou na taxa de vacância.
As empresas do setor estão buscando crescimento em áreas de receita alternativas, como serviços, mídia e estacionamento. A reciclagem de portfólio deve continuar, com Fundos de Imobiliário (FIIs) como principais compradores, possivelmente se juntando a players listados para alguns ativos.
A Allos (ALSO3) está otimista em relação à sua capacidade de negociar com os inquilinos. Eles esperam que seu desempenho de vendas continue superando o do varejo em 2024, e que seus investimentos em retrofitting e revitalização continuem a melhorar seu NOI.
A empresa não vê a consolidação dos players do varejo como uma preocupação, pois seu portfólio é diversificado e mesmo os maiores clientes não representam uma parcela significativa de suas receitas. A companhia acredita que a consolidação se tornará uma estratégia comum entre os inquilinos.
Para a Multiplan (MULT3), 2024 será desafiador para o setor, mas está confiante na melhoria contínua de seus indicadores operacionais. A empresa destacou a importância de manter-se entre os players de alta qualidade a longo prazo, com investimentos em revitalização sendo fundamental para essa estratégia.
Em relação à alocação de capital, a Multiplan continuará favorecendo investimentos em expansões e revitalizações, além de distribuir capital aos acionistas. A empresa está constantemente analisando oportunidades em greenfields, mas vê oportunidades limitadas no curto prazo.
Desempenho anual das ações da MRV
Na tarde desta terça-feira (27), as ações da MRV tem forte alta, cotada a R$ 8,14 (+6,54%).
Cotação MRVE3