BTG é alvo do MPF e PF por uso de informações privilegiadas do Copom
Uma operação Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) em conjunto com a Polícia Federal investiga supostos vazamentos de resultados de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo informações, um fundo de investimentos do BTG Pactual (BPAC11) possuiu um lucro milionário com tais informações.
Os vazamentos teriam ocorrido nos anos de 2010, 2011 e 2012 para o BTG Pactual. A deflagração da operação “Estrela Cadente” ocorreu nesta quinta-feira (3).
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De acordo com informações que constam no site do MPF-SP, a investigação, estabelecida após a colaboração premiada de Antônio Palocci, está verificando o fornecimento de informações sigilosas sobre as mudanças na taxa básica de juros (Selic) por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC).
Operação ‘Estrela Cadente’
Na manhã desta quinta, está sendo cumprindo um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal de São Paulo, no endereço sede do BTG Pactual em São Paulo, para levantamento de novas evidências sobre o caso sob investigação.
De acordo com informações do MPF, são investigadas as práticas de crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, informação privilegiada, lavagem de dinheiro e ocultação de ativos.
No dia 23 de agosto, na 64ª Operação Lava Jato, a instituição bancária já havia sido alvo da PF.
De acordo com a Polícia Federal, a operação apurou crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, que estão relacionados a recursos contabilizados em uma planilha da Odebrecht.
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As ações do banco BTG Pactual apresentaram uma forte valorização nos últimos 12 meses. Desde outubro de 2018, os papéis do banco subiram 184,67%. Na manhã desta quinta, no entanto, chegaram a estar caindo cerca de 10%. Às 12h08, são negociadas a R$ 53,37.
Posicionamento do BTG Pactual
Procurado pelo SUNO Notícias, a assessoria imprensa do BTG Pactual afirmou que : “em relação às diversas notícias veiculadas sobre a operação denominada “Estrela Cadente”, recebemos pedidos de informação do MPF referentes à operações realizadas pelo Fundo Bintang FIM. O Fundo possuía um único cotista pessoa física, profissional do mercado financeiro que também era o gestor credenciado junto à CVM, que nunca foi funcionário do BTG Pactual ou teve qualquer vínculo profissional com o Banco ou qualquer de seus sócios. O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo.”