MP: Flávio Bolsonaro teria comprado 19 imóveis por R$ 9 milhões
O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) comprou 19 imóveis por R$ 9 milhões. Segundo os procuradores, as operações contêm sérios indícios de lavagem de dinheiro. Isso por causa da lucratividade dos bens, muito maior que os rendimentos como deputado estadual.
A informação foi divulgada pelo portal da revista “Veja”. O MP do Rio pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas a Flávio Bolsonaro. A quebra de sigilo foi concedida pelo juiz da 27º Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana Nicolau.
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Segundo os documentos do MP, o então deputado estadual, filho do presidente Jair Bolsonaro, teria lucrado R$ 3,089 milhões em transações imobiliárias. Segundo os promotores há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas” entre 2010 e 2017. Nesse período o político teria investido R$ 9,425 milhões na compra de 19 imóveis, entre salas e apartamentos.
Simulação de ganhos de capital fictícios
O MP salientou que a suposta fraude poderia ter ocorrido para “simular ganhos de capital fictícios” que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio.
Entre os casos citados pelos procuradores aparecem valorizações excessivas de imóveis comprados pelo senador. Por exemplo, no dia 27 de novembro de 2012 o político comprou, por R$ 140 mil, um apartamento na Avenida Prado Junior, em Copacabana. Somente 15 meses depois, em fevereiro de 2014, ele teria vendido o imóvel por R$ 550 mil. Um lucro de 292%. Segundo o MP, no período o índice Fipezap, utilizado no mercado imobiliário, teria indicado uma valorização média de 11% dos imóveis naquele bairro.
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Outro caso citado pelos procuradores ocorreu em novembro de 2012. Naquela ocasião, o senador teria comprado, por R$ 170 mil, um apartamento na Rua Barata Ribeiro, sempre em Copacabana. Um ano depois, o mesmo imóvel seria vendido por 573 mil reais, com um lucro de 237%. Para o MP, nesse período o índice de valorização foi de 9%.
Os promotores salientaram na medida cautelar que os valores declarados para a compra foram inferiores aos praticados no mercado. Pelo outro lado, os valores de venda teriam sido superiores.
Os dois imóveis teriam sido intermediados por um cidadão norte-americano, Glenn Howard Dillard. Outro cidadão dos EUA, Charles Eldering, seria o proprietário do apartamento na Prado Junior, teria acusado Dillard de não ter lhe repassado o valor da venda.