O presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, criticou o parecer da Medida Provisória de privatização da Eletrobras (ELET3) e desaprovou, especialmente, o trecho do documento que trata das “térmicas locacionais de base”.
Essas usinas são construídas em locais pré-definidos, com o objetivo de estimular a instalação de uma rede de gasodutos em uma determinada região, já que essas térmicas utilizam o gás como insumo. “Há poucos minutos saiu o parecer da Medida Provisória da Eletrobras. Estão lá, de novo, as tais térmicas locacionais de base. Seriam térmicas que viriam não por mérito, mas por mágica”, disse Pedrosa.
O presidente da Abrace ainda criticou o fato de o parecer indicar os locais onde as térmicas devem ser construídas. “Uma decisão técnica e de mercado é tomada meramente como política e o custo é alocado para a sociedade na conta de energia”, afirmou Pedrosa, em evento virtual promovido pela Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para o lançamento do documento “Perspectivas do Gás no Rio 2021”.
Segundo o executivo, ao escolher esse modelo de desenvolvimento do setor, governo e parlamentares optam por onerar os consumidores. “O papel do governo e de parlamentares é fazer escolhas e definir políticas. Que o façam com o dinheiro da União e não de uma forma pouco transparente no custo da energia, seja elétrica ou no gás natural”, complementou.
MP da Eletrobras estará na pauta de amanhã
Mais cedo nesta terça-feira (18), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) confirmou que a Medida Provisória que permite a privatização da estatal elétrica será pautada amanhã, quarta-feira (19).
Lira fez uma cobrança ao relator, Elmar Nascimento (DEM-BA), para que ele debata a proposta de desestatização da Eletrobras com todas as lideranças e bancadas. Até agora, o texto ainda não se tornou público. A oposição promete se mobilizar contra a aprovação do texto.
(Com Estadão Conteúdo)