Com um mercado ainda restrito para a comercialização de veículos seminovos e uma margem operacional enfraquecida, a Movida (MOVI3) divulgou um prejuízo líquido de R$ 588,3 milhões no último trimestre do ano passado (4T23), em contraste com um lucro de R$ 17,8 milhões no mesmo período de 2022. No decorrer de 2023, o prejuízo totalizou R$ 650,9 milhões, comparado a um lucro de R$ 422,7 milhões no ano anterior.
Sem ainda ter auditado, a companhia diz que já conseguiu reverter o prejuízo do 4T23 da Movida em lucro líquido de R$ 21 milhões no 1º bimestre deste ano.
A receita líquida da Movida no último trimestre alcançou R$ 2,49 bilhões, apresentando uma queda de 5,1% em relação ao ano anterior. No fechamento do exercício, a receita totalizou R$ 10,3 bilhões, registrando um aumento de 11,2%.
Esse resultado do balanço da Movida foi fortemente influenciado pelo reconhecimento de perdas no segmento de aluguel de carros, totalizando R$ 391 milhões, como reflexo da desvalorização dos veículos seminovos durante o período, conforme a empresa.
Considerando os ajustes, a companhia teria encerrado o ano com um prejuízo de R$ 104,5 milhões, com seus resultados operacionais enfraquecidos. No acumulado do ano passado, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 167,1 milhões.
A empresa destacou que, no último trimestre da Movida, concentrou esforços na melhora da produtividade e eficiência dos negócios, bem como na adequação do perfil da dívida e na redução do custo financeiro. O CEO da Movida, Gustavo Moscatelli, afirmou que essas medidas foram implementadas simultaneamente como base para avanços em várias áreas, visando gerar valor para os acionistas, um dos principais objetivos estratégicos da empresa.
No último trimestre, a Movida registrou um Ebitda de R$ 888,3 milhões, representando um aumento de 3,5% em comparação ao ano anterior. No acumulado do ano, o Ebitda atingiu R$ 3,5 bilhões, com um crescimento de 5,1%.
Os resultados do segmento de locação apresentaram uma expansão significativa, com uma receita líquida de R$ 5,1 bilhões, um aumento de 19,3% em relação a 2022, e um Ebitda ajustado de R$ 3,3 bilhões, uma alta de 20,7% no mesmo período.
Movida tem queda na diária de veículos, mas aumenta frota
No que se refere ao aluguel de carros na Movida, a empresa registrou uma diária média de R$ 126,1 no último trimestre, uma queda de 0,9% em relação ao ano anterior. A taxa de ocupação operacional no trimestre foi de 82%, um aumento de 5,4 pontos percentuais em comparação com o mesmo trimestre de 2022. Já a taxa de ocupação total, que inclui seminovos e manutenção, foi de 69,3%, um aumento de 5,6 pontos percentuais.
A Movida diz que encerrou o ano com uma frota total de 244 mil veículos, um aumento de 8,9%, com um crescimento principalmente no segmento de GTF (Gestão e Terceirização de Frotas), que passou de 45% de participação do capital investido em 2022 para 56% em 2023. A margem do segmento GTF registrou um crescimento expressivo no ano passado, de acordo com a empresa.
A posição de caixa da Movida ao final do ano foi de R$ 3 bilhões. A empresa ressalta que melhores condições de prazo de pagamento junto às montadoras contribuíram para a melhoria do capital de giro e da dinâmica de fluxo de caixa em 2023.
A dívida líquida da Movida ao final do trimestre totalizou R$ 11,9 bilhões, com uma relação dívida líquida sobre o Ebitda de 3,1 vezes. Um ano antes, a dívida líquida da companhia era de R$ 10,794 bilhões.