Mourão defende debate “sem preconceitos” sobre volta da CPMF
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, defendeu nesta segunda-feira (13) a necessidade de uma discussão “sem preconceitos” da volta de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF).
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“Eu acho que tem que ser discutido. O presidente é contra, tá bom, ele não quer jogar esse assunto na mesa por causa da memória da antiga CPMF. Mas a gente sabe que o nosso sistema tributária é um sistema complicado”, declarou Mourão durante uma live promovida pelo banco General Investimentos.
O vice-presidente declarou que, mesmo se o próprio presidente Jair Bolsonaro é contra a reintrodução do imposto, o assunto precisa ser debatido no Congresso, que é o local ideal.
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“Eu acho que tem que ser discutido. O presidente é contra, tá bom, ele não quer jogar esse assunto na mesa por causa da memória da antiga CPMF. Mas a gente sabe que o nosso sistema tributária é um sistema complicado”, explicou o general.
Segundo Mourão, o assunto “parece ser o grande Satã da reforma tributária“, e que, por isso, ninguém queira falar sobre o assunto. Entretanto, segundo o vice-presidente, muitos parlamentares e empresas seriam favoráveis à proposta.
Durante a live, o vice-presidente declarou que o texto da reforma administrativa está pronto. Entretanto, ele será enviado ao Congresso somente quando o Legislativo retomar as sessões presenciais. O envio da proposta do governo tinha sido adiado no ano passado pelo próprio Executivo.
“Na questão administrativa, ela está pronta. Ela não foi, na minha visão, porque o Congresso está se reunindo de forma virtual e ela é uma reforma que precisa de uma discussão bem encorpada. Acho que ela só deve ser reapresentada na hora que o Legislativo voltar a trabalhar de forma presencial”, declarou Mourão.
Sobre o apoio ao governo por parte dos parlamentares, Mourão declarou que a aproximação com os partidos do “Centrão” é um importante passo adiante em direção da reaproximação com o poder legislativo
“Em relação ao legislativo, o presidente já compreendeu desde algum tempo que nosso presidencialismo tem que ter base no Congresso. A aproximação com os partidos de centro, que são, vamos dizer assim, a base do equilíbrio do poder dentro do legislativo, é uma aproximação que eu considero sadia, correta. E a partir daí começou a melhorar, vamos dizer assim, esse relacionamento”, salientou o vice-presidente.
CPMF não passa no Congresso
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tinha declarado em dezembro passado que uma eventual criação de uma nova CPMF não passaria no Congresso.
Saiba mais: Rodrigo Maia diz que CPMF não passará na Câmara dos Deputados
“Não tem espaço para ser aprovado. Imposto regressivo, que atinge os mais pobres. Essa questão de dizer que é para evitar sonegação não é verdadeira”, disse Maia.
Maia reafirmou que não há ambiente político para que os parlamentares aprovem a recriação da CPMF, que o governo estava cogitando reintroduzir para desonerar a folha de pagamentos.