Mourão: Brasil deve se tornar uma economia moderna
O vice-presidente Hamilton Mourão declarou que o objetivo do governo é transformar o Brasil em uma economia mais moderna. Para o general, é necessário voltar a economia para o livre mercado, com um papel reduzido do Estado no desenvolvimento.
O vice-presidente do Brasil defendeu o governo durante um discurso pronunciado neste domingo (7) na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, durante a Brazil Conferece. Mourão criticou a atuação dos governos do Partido do Trabalhadores (PT), comparando-os ao regime chavista na Venezuela.
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O vice-presidente também defendeu um maior viés pró-mercado do atual Executivo, citando a “vitória do neoliberalismo” nos anos 1980. Mourão respondeu a todas as perguntas da platéia, sendo aplaudido várias vezes. Entretanto, um grupo de manifestante tentou interromper sua fala do lado de fora do auditório gritando “ditadura”.
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Brasil quase virou Venezuela
Segundo Mourão, na Venezuela um “grupo corrupto” liderado por Hugo Chávez se apropriou dos meios de produção. O vice-presidente afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 evitou que esse processo se replicasse no Brasil. O general também criticou o uso da máquina pública no Brasil para impulsionar o desenvolvimento econômico.
“Nosso objetivo é restabelecer a confiança no país e nas suas instituições, e recuperar o caminho do desenvolvimento econômico e social”, afirmou Mourão.
Segundo ele, o novo governo quer mudar o modelo de desenvolvimento no Brasil, dando ao mercado uma participação preponderante .
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“Precisamos melhorar a nossa taxa de produtividade”, disse o general, citando também a burocracia que “tolhe o mercado”.
Mourão criticou parte da classe política brasileira, que, segundo ele, “ainda opera de acordo com o século 19”. “Isso acaba levando o STF a julgar tudo, do alfinete ao foguete”, afirmou o vice-presidente.
Relembrando os 100 dias
Mourão também falou dos primeiros 100 dias de governo, elencando os feitos já realizados. Ele citou a proposta de reforma da Previdência e o projeto anticrime do ministro Sérgio Moro.
O vice-presidente salientou como a reforma é algo prioritário, sendo o ajuste fiscal essencial para resolver o aumento da dívida pública do Brasil. Entretanto, segundo Mourão, o governo estaria trabalhando também em outras frentes de reformas. Como por exemplo a reforma tributária e desburocratização.
O general criticou o caráter constitucional da Previdência que, segundo ele, foi um entrave à sua reforma. Isso por causa da ampla maioria no Congresso que ela exige.
Sobre o pacote anticrime, Mourão defendeu o fim do regime de progressão de pena e mudanças na lei que define a maioridade penal. Segundo ele a legislação penal brasileira é muito branda e a polícia brasileira “vive no pior dos mundos”. Ele também citou a necessidade de capacitar melhor a polícia para que possa combater o crime organizado e também transnacional. D
Bolsonaro pouco compreendido
Segundo Mourão, o presidente Jair Bolsonaro é “pouco compreendido”, e segundo ele sua visão de mundo é muito clara. “Ele está trabalhando para as próximas gerações, não as próximas eleições”, afirmou o vice-presidente, salientado como o governo está defendendo as quatro liberdades defendidas pelo presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt: liberdade de expressão, religiosa, de viver sem medo e de forma digna.
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A Brazil Conference é um evento anual organizado na universidade de Harvard durante o qual são organizadas palestras sobre o Brasil. Nesse evento são convidados parlamentares, governadores, juristas e membros do governo. Entre os participantes da edição deste ano estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os presidenciáveis de 2018 Ciro Gomes, Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin.