Mourão diz que governo federal estuda afastar diretoria da Vale
O presidente interino Hamilton Mourão disse nesta segunda (28) que o governo estuda afastar a diretoria da Vale (VALE3) durante as investigações sobre o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
“Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de ação que eles estão levantando”, afirmou Mourão. “Tem de estudar isso, não tenho certeza se [o Poder Executivo] pode fazer essa recomendação”.
Saiba mais: Gestor da Alaska Black considera ‘manter ou comprar mais’ ações da Vale
O gabinete de crise foi criado pelo Palácio do Planalto para acompanhar a tragédia em Brumadinho. Ele voltou a se reunir na manhã desta segunda. Dois assuntos são prioridade para o gabinete. Um deles é decidir sobre a liberação de ajuda financeira às famílias atingidas pela tragédia, como liberação do saque do FGTS e o pagamento de bônus do Bolsa Família, por exemplo). O outro é definir as medidas emergenciais para avaliar com mais precisão o estado das quase 800 barragens de rejeito de minério no País.
Advogado da Vale rejeita afastamento
Um dos advogados da Vale, Sergio Bermudes, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que a mineradora “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” e que, por isso, a diretoria não se afastará “em hipótese alguma”.
No Palácio do Planalto, Hamilton Mourão disse que funcionários da empresa devem responder criminalmente pelo ocorrido caso se comprove que a tragédia foi causada por imprudência ou negligência da Vale.
“Tem de apurar e punir quem tiver de ser punido. Mas tem de apurar mesmo”, afirmou. “Se houve imprudência ou negligência, por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem de responder criminalmente. Afinal de contas, vidas foram perdidas nisso aí”.
Mourão também declarou que o meio ambiente “sempre será uma bandeira” do governo de Jair Bolsonaro. A declaração vai de encontro ao que disse em várias ocasiões o presidente. Ainda em campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que pretendia acabar com o “ativismo ambiental xiita”.
