Morre aos 56 anos Eduardo Guardia, CEO do BTG Asset e ex-ministro da Fazenda

O CEO do BTG Pactual Asset, Eduardo Refinetti Guardia, morreu nesta segunda-feira (11), aos 56 anos. Eduardo Guardi deixa a esposa Maria Lúcia, com quem era casado há 30 anos e não tinha filhos.

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Eduardo Guardia foi ministro da Fazenda durante o último ano do governo do Michel Temer, em 2018, ao substituir Henrique Meirelles. Entre 2016 e 2018 foi secretário-executivo do ministério. Além da carreira política, dirigiu a Bolsa de Valores (B3SA3) e também já passou pelo comando da GP Investments.

A morte de Guardia foi confirmada pelo BTG Pactual (BPCA11) e a causa oficial não foi divulgada. Mas, segundo a revista Veja, os colegas de Guardia disseram que ele estava doente havia algum tempo e em tratamento. Segundo informações extraoficiais, ele teria sido vítima de um câncer.

Quem foi Eduardo Guardia?

Eduardo Refinetti Guardia nasceu em São Paulo, em 19 de janeiro de 1966.

Ele foi CEO na BTG Pactual Asset Management, além de ex-Ministro da Fazenda e ex-Secretário do Ministério da Fazenda do governo Michel Temer e ex-Secretário do Tesouro Nacional do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Eduardo Guardia. Foto: Agência Brasil
Eduardo Guardia. Foto: Agência Brasil

Em 2019, Eduardo Guardia foi anunciado como novo sócio e presidente-executivo da BTG Pactual Asset Management. Ele assumiu o cargo na gestora de investimento em julho.

Com a chegada de Guardia, Steve Jacobs, que era o presidente-executivo, deixou o cargo e passou a ocupar o posto de presidente do conselho administrativo. Guardia também continuou responsável pelos investimentos internacionais do Grupo BTG Pactual.

Na BM&FBovespa, atual B3, exerceu o papel de diretor-executivo de produtos. Já entre 2010 e 2013, ainda na BM&FBovespa, ocupou o cargo de diretor-executivo financeiro.

Antes de ingressar no mundo da política e mercado, Eduardo Guardia fez carreira acadêmica. O economista é doutor em sua área pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

Economistas lamentam morte de Eduardo Guardia e ressaltam seu profissionalismo

Com uma carreira equilibrada entre os dois lados do balcão, público e privado, a morte do ex-ministro da Fazenda Eduardo Guardia foi lamentada por colegas economistas de todo o País, que ressaltam o profissionalismo e dedicação de Guardia, cujo último cargo foi à frente do BTG Pactual no Brasil.

“É uma enorme perda para a família, os amigos e para o Brasil. O Eduardo foi não apenas um exemplar homem público mas um ser humano excepcional”, disse ao Broadcast o ex-ministro Henrique Meirelles. Guardia foi secretário-executivo na gestão de Meirelles no ministério da Fazenda.

“O Brasil deve muito ao Eduardo, que teve várias passagens muito importantes no governo, na última como ministro. Grandes reformas aconteceram por conta do trabalho dele. É profissionalmente impecável e pessoalmente um amigo muito querido”, afirmou o ex-diretor do Banco Central e sócio da Mauá Capital Luiz Fernando Figueiredo. “Da minha época do governo, a melhor experiência que tive com secretários do Tesouro foi quando ele assumiu. Foi uma parceria maravilhosa”, completou.

Ministro do Planejamento contemporâneo de Guardia, o hoje secretário especial de Tesouro e Orçamento Esteves Colnago afirmou ao Broadcast que o economista era uma pessoa “absolutamente comprometida com o futuro do País e que sabia valorizar e considerar as posições amadurecidas nas discussões no Governo”, disse, completando: “Tinha muita admiração por ele”.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, também ressaltou, no Twitter, que conviveu com Guardia assim que assumiu a SPE, “oportunidade em que pude notar sua gentileza e inteligência afiada. Liderou um dos melhores times econômicos da história”.

B3: “Guardia nos ajudou a construir a empresa que somos”

A B3 lamentou, em nota oficial, a morte do ex-ministro da Fazenda Eduardo Guardia. O economista integrou o quadro da Bolsa entre 2010 e 2016, primeiro como CFO e, depois, como diretor-executivo de Produtos da Bolsa.

“Com a morte de Eduardo Guardia, a B3 se despede de um líder que instilou os melhores valores, que foi exemplo e nos ajudou a construir a empresa que somos. Hoje, muitos de nós também perdemos um amigo, um grande amigo. Nosso país se despede de um homem público que trabalhou e acreditou sempre, em diferentes momentos de sua vida, que nosso papel como cidadãos é tomar as decisões que fazem o Brasil melhor. Eduardo Guardia fará falta”, expressou a B3 em nota.

Economia divulga nota sobre morte de Guardia: ‘Fundamental na construção de soluções’

O Ministério da Economia divulgou nesta segunda-feira, 11, nota de pesar sobre a morte do ex-ministro da Fazenda Eduardo Refinetti Guardia. Além de ter ocupado o cargo de chefe da equipe econômica em 2018, ele também foi secretário-executivo da pasta entre 2016 e 2018, e secretário do Tesouro Nacional no início dos anos 2000, entre outros cargos na estrutura do ministério.

“Durante sua trajetória pública, a atuação de Guardia foi fundamental na construção de soluções importantes para a economia brasileira. O ex-ministro sempre se notabilizou pelo trabalho incansável, a gentileza no trato e o permanente espírito público, inspirando todas as equipes que liderou”, destacou o Ministério.

A nota de pesar afirma ainda que ministro Paulo Guedes relembrou a capacidade de diálogo de Guardia, que contribuiu de forma relevante para a troca de informações institucionais no período de transição de governo no fim de 2018.

“Neste momento de dor, o ministro Guedes e os servidores do Ministério da Economia manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Eduardo Guardia“, completa a nota.

Com informações do Estadão Conteúdo

Poliana Santos

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