Bolsonaro já prestou todos os esclarecimentos sobre COAF, diz Moro

O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nesta segunda-feira (10), que o presidente eleito Jair Bolsonaro já prestou todos os esclarecimentos possíveis sobre o relatório da Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

O caso surgiu após o COAF detectar movimentações bancárias suspeitas na conta de Carlos Queiroz. Ele foi motorista do filho de Jair Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro.

“Os fatos têm que ser esclarecidos, o presidente já apresentou os esclarecimentos. Têm outras pessoas que precisam prestar os seus esclarecimentos, e os fatos, se não forem esclarecidos, têm que ser apurados. Eu não tenho como eu ficar assumindo esse papel”, afirmou Moro.

Saiba mais: Bolsonaro comenta movimentação atípica na conta de Michelle Bolsonaro 

Moro disse ainda que não cabe a ele, como futuro ministro, dar detalhes sobre o caso, e cabe as partes envolvidas explicarem a operação.

“Eu fui nomeado ministro da Justiça, não cabe a mim dar explicações sobre isso (relatório da COAF). Eu acho que o que existia no passado de um ministro de Justiça opinando sobre casos concretos é inapropriado”, disse Moro,

“O ministro da Justiça não é uma pessoa que deve ficar interferindo em casos concretos, e eu, na verdade, nem sou ainda ministro da Justiça. Então tiveram pessoas cobrando uma posição, mas, assim, as pessoas [citadas] que têm que prestar os esclarecimentos”.

Entenda o caso COAF

O relatório do COAF mostrou que o ex-assessor e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Esses valores seriam supostamente incompatíveis com a renda declarada pelo funcionário de Bolsonaro.

Uma das transações seria um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Jair Bolsonaro afirmou na última semana que o dinheiro movimentado por Queiroz foi usado para pagar uma dívida. Segundo o futuro presidente, o montante foi depositado na conta da primeira-dama por “questões de mobilidade”.

Renan Dantas

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