Começaram nesta terça-feira (22) os trabalhos do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
O primeiro painel de discussão mostrou como o Brasil vai ser protagonista do evento. O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, discursou sobre “Restaurando a Confiança e Integridade”, abrindo os trabalhos no Fórum Econômico Mundial.
O ex-juiz titular da Lava Jato falou sobre os níveis historicamente baixos de confiança entre investidores como causa de muitos desafios econômicos e políticos do mundo.
O objetivo da discussão foi tentar entender como empresários, governo e sociedade civil possam trabalhar juntos para restaurar a integridade e confiança na política.
Discurso do presidente Jair Bolsonaro
O ministro Moro antecipou a chegada no Fórum do presidente Jair Bolsonaro, que será o hóspede de honra do evento. Bolsonaro discursará em um painel exclusivo, junto ao fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab.
O nível de expectativas para a fala de Bolsonaro é muito alto, especialmente entre os jornalistas credenciados para cobrir o evento. Além disso, os empresário e os executivos que participam dessa edição de Davos já se cadastraram em massa para poder assistir a fala de Bolsonaro.
Saiba mais: Bolsonaro será protagonista do primeiro dia do Fórum Econômico Mundial
O presidente brasileiro já antecipou que vai fazer um discurso “curto e direto”. Ele deverá discursar sobre as reformas que o governo pretende levar adiante para contribuir a retomada econômica.
Por isso os participantes de Davos olham com particular interesse ao Brasil. Se as reformas previstas pelo governo conseguirem alimentar o crescimento, o Brasil poderia ser um dos poucos países do mundo onde onde o crescimento poderia ser revisado em positivo.
FMI sobre reforma e economia mundial
O diretor-adjunto do Departamento de Pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gian Maria Milesi-Ferretti, diz que a reforma da Previdência pode não passar no Congresso do Brasil.
“Não fazemos projeções para eventos políticos, mas esperamos que a reforma passe”, disse o diretor do FMI. “A reforma é um passo necessário para as finanças públicas brasileiras. Na área fiscal, a reforma da Previdência é importante, mas pode não passar pelo Congresso“.
Saiba mais: FMI diz que reforma da Previdência pode não passar no Congresso
A declaração foi dada nesta segunda (21) a jornalistas brasileiros durante entrevista coletiva no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça.
FMI e expectativas sobre a economia
Na última segunda-feira (21) o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou suas previsões para o crescimento mundial, indicando uma redução. Isso especialmente por causa do enfraquecimento da economia chinesa e de alguns países ricos, como Alemanha ou França. O Brasil, portanto, poderia ser uma boa surpresa em um cenário internacional tão desanimador.
O diretor-adjunto Gian Maria Milesi-Ferretti, afirmou que a expectativa da economia brasileira leva em consideração não só o crescimento em relação a 2018, mas a projeção de uma recuperação de uma recessão profunda.
A expectativa de crescimento da economia é de 2,5% para 2019 e 2,2% para 2020. “Há, no entanto, ainda muitos temas para serem resolvidos”, declarou.
Além disso, o órgão estima que a economia global cresça 3,5% em 2019 e não 3,7% como havia sido previsto em outubro. Para 2020, a estimativa é que haja um crescimento de 3,6%.
Saiba mais: FMI aumenta projeção do PIB para 2019 mas revê crescimento em 2018
A Alemanha tem estimativa de crescimento de 1,3%, recuando 0,6% da última previsão
Por fim, as economias desenvolvidas recuaram de 2,3% para 2% nas estimativas de crescimento para 2019
Comitiva brasileira numerosa
O governo brasileiro está sendo representado em Davos pelo presidente e por muitos ministros.
Além de Moro, estão presentes:
- Ministro da Economia, Paulo Guedes;
- Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Entretanto, não está prevista nenhuma atividade oficial, e os ministros devem participar de uma agenda paralela encontrando investidores, políticos e diplomatas.
Além dos líderes políticos brasileiros, estão presentes nos corredores de Davos dezenas de executivos e empresários brasileiros. Entre eles:
- André Esteves, do BTG Pactual;
- Luiz Carlos Trabuco do Bradesco;
- Paulo Cesar de Souza e Silva da Embraer;
- Fabio Schvartsman da Vale;
- Candido Botelho do Itaú;
- O governador de São Paulo, João Doria
- Apresentador Luciano Huck;
O que será discutido em Davos 2019
O tema central desta edição será discutir os efeitos da quarta revolução industrial na globalização. Por exemplo, as questões ligadas a sempre maior automação das cadeias de produção, da chegada da inteligência artificial e também sobre as criptomoedas como o bitcoin.
De acordo com o fundador do Fórum Econômico Mundial, essas são questões tão revolucionários que é necessário repensar a arquitetura institucional global para fazer frente a esses grandes desafios.
Os painéis de debates se desdobrarão em torno de cinco princípios:
- O diálogo é fundamental e deve basear-se em uma pluralidade de temas envolvidos;
- A globalização deve ser responsável e sensível às preocupações regionais e nacionais;
- A coordenação internacional deve ser melhorada na ausência de cooperação multilateral;
- Abordar os principais desafios globais exige esforços de colaboração das empresas, dos governos e da sociedade civil;
- O crescimento global deve ser inclusivo e sustentável.
No Fórum Econômico Mundial de Davos estarão presentes 30 chefes de Estado e de governo. Entre eles:
- Primeiro-ministro do Japão – Shinzo Abe;
- Vice-presidente chinês – Wang Qishan;
- Primeiro-ministro italiano – Giuseppe Conte;
- Primeiro-ministro espanhol – Pedro Sanchez;
- Primeiro-ministro holandês – Mark Rutte;
- Chanceler alemã – Angela Merkel;
- Presidente do Iraque – Barham Salih;
- Chanceler austríaco – Sebastian Kurz;
- Primeiro-ministro de Israel – Benjamin Netanyahu;
- Primeiro-ministro líbio – Faiez Al Serraj.
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