Morgan Stanley revisa previsão do PIB do Brasil para -4,5% em 2020
O banco Morgan Stanley, atualizou nesta sexta-feira (25) sua estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano de -5,1% para -4,5%, ao passo que para 2021, melhorou a projeção de 3,2% para 3,6%.
Ao comparar a estimativa do PIB do Brasil com a do México, o banco informou que as previsões são de que a demanda doméstica brasileira registre uma melhor performance, com consumidores e negócios em melhor posição para contribuir com a recuperação.
O Morgan Stanley declarou que caso o País não perca sua âncora fiscal, será possível que ocorra o retorno da agenda de reformas e uma política monetária expansionista para impulsionar o consumo e os investimentos.
“Nossa visão é que pode haver um limite (de tamanho e tempo) para uma escorregada fiscal no Brasil, mas não um abandono total do teto de gastos”, escrevem Fernando Sedano, Thiago Machado e Lucas Almeida, economistas do banco.
Impactos do Coronavoucher na economia
Segundo a equipe de economistas, o recebimento de benefícios via programas de transferência de renda podem influenciar na recuperação da economia.
“A questão que surge é se as pessoas estão construindo alguma poupança de precaução considerando que o auxílio emergencial vai até o fim do ano, já que existe evidência empírica documentada na literatura econômica sugerindo que os gastos caem significativamente conforme benefícios sociais são suspensos.”
O banco ainda informou que o pior mês do ano para economia foi em abril, ressaltando que o auxílio emergencial, também conhecido por coronavoucher, ajudou a impulsionar o consumo das famílias, portanto colaborando para mitigar os efeitos causados pela pandemia do coronavírus (Covid-19), inclusive na perda de empregos.
“Embora cortado pela metade, o auxílio emergencial foi estendido até o fim do ano, mantendo a transferência de suporte aos mais vulneráveis enquanto espera-se que o mercado de trabalho se recupere gradualmente.”
De acordo com o relatório, o segundo semestre registrou uma queda de 9,7% na economia, em comparação aos três meses anteriores.
Os economistas também ressaltaram suas preocupações acerca do mercado de trabalho e dos níveis de desemprego, que ainda podem aumentar após o término do coronavoucher, que foi instituído ate o dia 31 de dezembro deste ano.
Veja Também: Brasil: PIB teve aumento de 2,4% em julho ante junho, diz FGV
“Menos trabalhadores tiveram que deixar seus trabalhos devido à pandemia e contratações formais parecem estar se recuperando mais rápido, nós nos preocupamos com o fato de que, em geral, os níveis de emprego não têm mostrado ainda sinais de virada”, informaram.
“Definitivamente, isso é algo que vale acompanhar, com alguma evidência empírica podendo aparecer no começo do próximo ano uma vez que o auxílio emergencial seja encerrado (se essa decisão permanecer)”, concluíram os economistas em seu relatório sobre as estimativas para o PIB brasileiro.