Banco rebaixa recomendação de ações do Brasil diante de risco fiscal
O banco americano Morgan Stanley (MSBR34) rebaixou sua recomendação para o mercado brasileiro de ações no portfólio para a América Latina. A pior acontece em meio ao risco fiscal observado para o próximo ano com a tramitação da PEC de Transição, que prevê mais de R$ 200 bi acima do teto de gastos.
Os estrategistas do Morgan Stanley diminuíram a recomendação para as ações do Brasil de “overweight” (exposição acima da média do mercado) para “neutra”.
O banco americano afirma que os recentes eventos diminuem as possibilidades de uma nomeação ortodoxa para o ministério da Fazenda. Ao mesmo passo, a instituição diz que “sinalizações fiscais mais frouxas devem levar a taxas de juros mais altas e, assim, a rendimentos reais de títulos mais elevados, o que pode minar a tese de valuation aparentemente atraente para as ações”.
Caso este cenário se concretize, o Morgan Stanley acredita que os anos seguintes devem ser bons para os ativos de renda fixa brasileiros, mas não para ações.
Perspectiva para o índice de ações da B3
Os estrategistas do banco americano preveem que o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, encerrará 2023 aos 125 mil pontos. Isso representa um aumento de 15% em comparação ao encerramento da última sexta-feira (19) em moeda local.
Mesmo com uma perspectiva mais negativa em relação ao Brasil, o Morgan Stanley inseriu seis ativos brasileiros na carteira de ações para a América Latina.
As dez ações favoritas pelos analistas são: Itaú Unibanco (ITUB4), Porto Seguro (PSSA3), Weg (WEGE3), Assaí (ASAI3), Vale (VALE3), Americanas (AMER3), além de Mercado Livre (MELI34) — que tem grande parte da receita ligada ao Brasil —, Oma, Fibra Prologis, e Credicorp.
Segundo o Morgan Stanley, no nível setorial brasileiro foi selecionada uma carteira de ações mais equilibrada com exportadoras, empresas domésticas cíclicas e companhias mais defensivas.
Na outra ponta, os estrategistas preferem evitar ações de empresas sob o controle do governo. O banco americano ainda buscou não se expor aos segmentos de transporte, bancos e energia.