Moody’s não vê reforma da Previdência aprovada antes de julho
A agência de classificação de risco Moody’s informou nesta quarta (13) que não espera que a reforma da Previdência seja aprovada antes de julho. O relatório com as informações foi assinado pelos analistas Samar Maziad, Patrick Cooper e Mauro Leos.
Para a Moody’s, a proposta da reforma da Previdência vai sair da versão vazada no dia 4 de fevereiro. A minuta publicada na imprensa prevê uma alíquota de recolhimento previdenciário progressiva, tal como é feito no Imposto de Renda, de acordo com o salário do contribuinte. Quanto maior o rendimento, portanto, mais alto o percentual.
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A proposta de reforma que será enviada pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso é mais ambiciosa, segundo a agência. O documento compara a meta de redução de gastos para fazer a distinção. Enquanto a proposta do governo de Michel Temer previa uma economia de R$ 600 bilhões com a mudança nas regras da aposentadoria, o atual texto quer poupar até R$ 1 trilhão. A empresa de avaliação de risco, no entanto, é mais cética quanto à meta. Ela considera que deverá se poupar entre R$ 600 bilhões e R$ 800 bilhões.
O relatório com essas análises, que foi enviado a clientes nesta quarta, diz que a qualidade e a profundidade da reforma da Previdência vai depender da habilidade do governo em encontrar um consenso para a sua aprovação. “A nova liderança no Congresso apoia a reforma da seguridade social, mas amplas coalizões são necessárias”, dizia o texto.
S&P confirma rating do Brasil em BB-
Em 7 de fevereiro, a agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P) confirmou o rating do Brasil em BB-.
Segundo a S&P, a perspectiva é estável graças a expectativa de lenta melhora das contas públicas. Além disso, ela considerou o provável crescimento econômico do País durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
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“A perspectiva estável reflete nossa visão de que o governo Bolsonaro avançará, com o apoio do Congresso, para melhorar lentamente os déficits fiscais, embora a dívida do governo no geral continue a subir”, informou a Standard & Poor’s em nota.
Para a S&P, a nota de crédito da dívida soberana do Brasil poderia até ser elevada os próximos dois anos. Entretanto, seria necessário que o avanço na política sugira uma recuperação fiscal mais rápida. E isso exigiria a implementação de uma bem-sucedida política fiscal estrutural corretiva. E, além disso, seria indispensável uma perspectiva de crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB). Por outro lado, a S&P também salientou como o rating brasileiro poderia ser rebaixado. Isso aconteceria se o governo tomará medidas que elevem a vulnerabilidade fiscal.Ou, também, em caso surja uma fraqueza inesperada no balanço de pagamentos do Brasil que prejudique o acesso ao mercado ou gere um forte aumento na dívida externa.
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“Também esperamos moderada aceleração do crescimento econômico e melhoria da confiança dos investidores após uma espera antes das eleições, sustentado por alguma melhoria do perfil fiscal e recuperação das operações de crédito”, acrescentou a S&P.
A S&P salientou ainda que a nota atual atribuída a dívida soberana do Brasil reflete o progresso lento do País. Um avanço demorado nas reformas decorrente do baixo apoio político para aprovar uma legislação significativa. Um conjunto de medidas necessárias para corrigir a fragilidade fiscal estrutural rapidamente ao longo dos últimos anos.