Moody’s põe rating da Embraer em análise para elevação
A agência de classificação de risco Moody’s colocou o rating Ba1 da Embraer em revisão para elevação.
No entanto, a medida da Moody’s foi tomada como consequência do acordo entre as fabricantes de aeronaves Embraer (brasileira) e Boeing (norte-americana) para a criação de uma joint venture.
De acordo com a agência, após isso a alavancagem da brasileira deve recuar significativamente, enquanto a liquidez deve melhorar.
Saiba mais: Embraer assina acordo para venda de divisão comercial para a Boeing
Saiba mais: Joint venture da Boeing com a Embraer deve empregar 9.000
Acordo das aéreas
A Embraer anunciou em 24 de janeiro que foram assinados os acordos para venda da divisão de aviação comercial para a americana Boeing. A fabricante brasileira marcou para 26 de fevereiro a assembleia de acionistas para aprovação dos acordos.
Dessa forma, o contrato criará uma parceria estratégica na aviação comercial. O objetivo é promover e desenvolver novos mercados e aplicações para os aviões.
Além disso, será criada a nova empresa será a responsável da comercialização do cargueiro KC-390, fabricado pela Embraer. No entanto, será construída uma nova linha de montagem do cargueiro nos Estados Unidos e o avião passará a ser comercializado pela Boeing.
A Embraer já havia aprovado os termos do acordo de fusão com a Boeing em julho de 2018. O acordo prevê a criação de uma joint venture, uma nova empresa de aviação comercial no Brasil, avaliada em US$ 5,26 bilhões.
Inicialmente, quando as duas empresas assinaram um memorando, o valor era estimado em US$ 4,75 bilhões. Nos termos do acordo, a fabricante norte-americana de aeronaves deterá 80% do novo negócio, enquanto a Embraer, os 20% restantes.
A Boeing pagará US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 16,4 bilhões), cerca de 10% maior que o inicialmente previsto. Este valor também supera em mais de 7% o valor de mercado da fabricante brasileira.
O maior valor de mercado já registrado pela Embraer foi em novembro de 2015, quando a companhia atingiu R$ 22,39 bilhões. Os 20% da fabricante brasileira poderão ser vendidos para a Boeing a qualquer momento, por meio de uma opção de venda.
Controle da joint venture
No entanto, a Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa. Os executivos da joint venture responderão diretamente ao presidente e CEO da Boeing, Dennis Muilenburg. Todavia, a joint venture, se aprovada, será liderada por uma equipe de executivos no Brasil.
A Embraer manterá o poder de decisão para temas específicos que foram definidos em conjunto, como a transferência das operações do Brasil. Dessa forma, a empresa espera um resultado de aproximadamente US$ 3 bilhões com a operação, descontados os custos de separação.