As montadoras com operações no Brasil receberam US$ 15 bilhões (R$ 54 bilhões) das suas matrizes em 2018.
A maioria do montante veio em forma de empréstimos. Dessa forma, as montadoras terão que devolver o capital às matrizes futuramente. Outra parte foi depositada como injeção de capital.
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A medida tomada pelas companhias evidencia a situação financeira do setor. Com a queda de vendas dos veículos, as montadoras acumularam prejuízos. A General Motors, por exemplo, ameaçou suspender investimentos locais se os lucros não aparecerem.
Se por um lado a entrada desse dinheiro é um indício dos maus resultados das montadoras, por outro os recursos demostram que as companhias globais continuam interessadas no Brasil e que em breve as filiais voltarão a ser rentáveis, afirma o presidente da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfave).
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Fenômeno contrário ocorreu no período de crescimento econômico. No auge das vendas, ocorrida em 2010, foram vendidos 3,5 milhões de veículos e US$ 5,7 bilhões (R$ 20,5 bilhões) saíram do Brasil com destino as matrizes. Em 2018, com as retomadas das vendas, as remessas de lucro foram de US$ 516 milhões (R$ 1,85 bilhão). Apesar de ser a maior quantia em três anos, o número foi mais abaixo do que o registrado de 2010 a 2013.
Montantes
Do total recebido em 2018, US$ 9,98 bilhões (R$ 36 bilhões) foram empréstimos intercompanhias, que serão pagos a longo prazo e com juros menores dos que praticados no Brasil. Outros US$ 4,5 bilhões (R$ 16,2 bilhões) são investimentos diretos. O dinheiro é utilizado para investimentos, pagamento de fornecedores e funcionários.
GM
Fontes consultada pelo “Estadão” informam que em 2018 a GM registrou um prejuízo de R$ 1 bilhão (US$ 277 milhões). As montadoras não divulgam os balanços no Brasil.
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Além disso, a companhia norte-americana negocia um plano de cortes de custo com empregados, fornecedores, revendedores e governos. Caso consiga colocar o plano em execução, a montadora promete um investimento de R$ 10 bilhões até 2024.