A Monsanto foi condenada a pagar US$ 2 bilhões a um casal americano que foi diagnosticado com câncer provocado pelo agrotóxico Roundup. A sentença partiu de um juri dos Estados Unidos nesta segunda-feira (13).
Além da indenização de US$ 2 bilhões, a Monsanto teve que pagar US$ 55 milhões concedidos pelo casal Alberta e Alva Pilliod por despesas, danos morais e outros. A ação tramitou em um tribunal de Oakland, no oeste do país.
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O agrotóxico Roundup é um produto feito a partir de glifosato, um ativo de herbicidas. O produto já foi alvo de inúmeros processos judiciais nos Estados Unidos.
“O juri viu por si mesmo os documentos internos da companhia que demonstravam que, desde o primeiro dia, a Monsanto jamais teve o interesse de averiguar se o Roundup era seguro”, declarou o advogado Brent Wisner em entrevista à agência “France Press”.
“No lugar de investir em uma ciência sólida, aplicaram milhões para atacar a ciência que ameaçava sua agenda comercial”.
A Bayer, que controla a Monsanto, informou que está “decepcionada” com a decisão de recorrer e argumentou que ela contraria a decisão da Agência de Proteção Ambiental americana sobre herbicidas a base de glifosato.
“O consenso entre os principais reguladores de saúde, em todo o mundo, é que os produtos a base de glifosato podem ser manipulados de maneira segura e que o glifosato não é cancerígeno”.
Glifosato
O glifosato é o herbicida mais utilizado no mundo. A fabricante histórica da Roundup é a Monsanto, adquirida pela Bayer por US$ 63 bilhões em 2018.
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O Roundup da Monsanto foi o primeiro herbicida produzido à base de glifosato. Entretanto, o produto não é mais protegido por patente. Por isso, muitas outras versões já estão disponíveis no mercado. A Bayer não divulga os números de vendas do produto.
Série de processos
O caso é apenas o segundo dos cerca de 11.200 processos envolvendo o Roundup que chegaram a ser julgados nos Estados Unidos. No estado da Califórnia, em agosto de 2018, um homem obteve um ressarcimento da Monsanto de US$ 289 milhões depois que um tribunal estadual decidiu que o produto químico causou seu câncer.