Moderna sinaliza atraso no cronograma para vacina contra coronavírus

A farmacêutica Moderna comunicou nesta quinta-feira (17) que poderia ter de esperar até o final de dezembro para analisar os dados dos testes de sua potencial vacina para covid-19.

O CEO da empresa norte-americana, Stéphane Bancel, informou à rede de televisão local “CNBC” que se as taxas de infecção nos Estados Unidos diminuir nas próximas semanas, a Moderna pode não conseguir analisar as informações da vacina até o último mês do ano.

O prazo é maior do que aquele necessário para atingir as expectativas do governo do presidente Donald Trump, que anseia a emissão de uma aprovação de emergência antes das eleições americanas, previstas para novembro de 2020.

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A Moderna informou que inscreveu mais de 25 mil participantes em seus testes, com mais de 10 mil deles já tendo recebido ambas as doses do processo de vacinação.

A farmacêutica estabeleceu um cronograma de análise mais lento do que a rival norte-americana Pfizer e sua parceira BioNTech, que salientou que teria as principais informações até o final do mês de outubro.

Apesar disso, o diretor executivo da Moderna afirmou que o cenário mais provável é de uma análise provisória até novembro, e, com taxas crescentes de infecção, a empresa poderia apresentar os resultados mais cedo. “Nosso melhor plano é outubro. Acho improvável, mas é possível”, salientou Bancel.

Trump pressiona para anunciar uma vacina antes da eleições

A Casa Branca está pressionando as autoridades e os especialistas de saúde sobre as estimativas para quando um imunizante contra covid-19 estaria amplamente disponível.

Na última terça-feira, o diretor do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) afirmou que uma distribuição em larga escala da vacina somente seria possível em meados de 2021, ou ainda mais tarde. Em vista disso, Trump acusou o doutor de cometer um “erro” e insistiu que o produto poderia não só estar pronto mas também ser distribuído em outubro.

A velocidade dos testes da vacina dependem das taxas de infecção. Dessa forma, para comprovar que um imunizante é realmente efetivo, as pesquisas devem indicar que mais pessoas do grupo de controle (em regime de placebo que não receberam o produto) foram contaminadas.

A Moderna destacou que as datas de análise provisórias são projeções baseadas em quando os testes começaram, em julho, na rapidez com que os participantes foram inscritos nas primeiras semanas e nas taxas de infecção nas regiões onde a vacina foi aplicada.

Dessa maneira, a empresa não irá avaliar os dados até que 53 participantes desenvolverem a doença, com uma segunda análise quando 106 pessoas se tornarem sintomáticas. A avaliação final da vacina não pode ocorrer até que pelo menos 151 participantes estejam doentes, o que a Moderna não espera ocorrer até o final do ano.

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Arthur Guimarães

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