As ações da Mobly (MBLY3) fecharam a quinta-feira (31) em disparada de 12,38%, a R$ 5,99, após a divulgação dos resultados do 4º trimestre de 2021. Os analistas do Goldman Sachs afirma que, apesar do cenário desafiador que a companhia enfrenta, segue com bom desempenho no plano geral traçado no IPO.
O plano incluía oito novas lojas inauguradas em 2021 e outras seis atualmente em construção, a montagem da equipe de TI, concluída, maior investimentos em marketing e uma parcela maior de financiamento de fornecedores e parceiros de processamento.
No quarto trimestre de 2021, o prejuízo líquido da Mobly foi de R$ 16,6 milhões, redução de cerca 30% na comparação com o mesmo período do ano anterior, que somou R$ 23,7 milhões.
A Mobly encerrou o trimestre com o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no positivo, totalizando R$ 1,8 milhão. No acumulado de 2021, ficou negativo em R$ 9,8 milhões. Além disso, as margens brutas aumentaram, apesar da inflação, 41%. De janeiro a dezembro do ano passado, alcançou 39,8%.
De acordo com os analistas, o resultado da margem foi impulsionado principalmente:
- Pelo repasse de preços aos clientes entre o 3T21-4T21, e;
- Pela maior penetração de o programa de financiamento de fornecedores (31% dos fornecedores nacionais no 4T21), que antecipa pagamentos em troca de melhores CPV.
O GMV da Mobly no 4T21 foi de R$ 253,6 milhões, queda de 4,5% na comparação com o mesmo período de 2020. O banco de investimentos afirma que era esperado um recuo no indicador, devido à menor demanda por móveis.
Na comparação ano a ano, o GMV caiu 4%, e o mesmo indicador gerado no próprio site da Mobly caiu 42% na comparação anual e 14% no mercado próprio, enquanto o GMV do marketplace de terceiros cresceu 44% contra mesmo período em 2020.
O GMV de lojas físicas aumentou 58% em relação ao 4T20. “Este último indicador foi impulsionado por uma base de lojas maior e menos restrições de abertura nesta fase da pandemia. Ao todo, a receita bruta ficou praticamente estável no 4T21 no comparativo anual”, afirma o relatório.
Por fim, o relatório relaciona alguns riscos:
- A Mobly pode não conseguir um fluxo de caixa livre positivo, o que pode exigir mais aumentos de capital;
- Expansão de margem mais lenta do que o esperado;
- Risco de superação das despesas de marketing para sustentar o crescimento;
- Custos de atendimento potencialmente acima do esperado, já que a empresa busca descentralizar sua rede logística; e
- Interrupções na cadeia de suprimentos em matéria-prima, fabricação e transporte.
Com resultados em linha com o esperado pelo Goldman Sachs, os analistas recomendam a compra das ações da Mobly, com preço alvo de R$ 7,4 para 12 meses, com potencial de alta de 38,8%.