MMX (MMXM3) é negociada a R$ 9 e cai 75% nos últimos 5 pregões
As ações da MMX (MMXM3) operam em forte queda nesta terça-feira (20), marcando o quinto pregão consecutivo em baixa. Desde a última terça-feira (19), quando encerraram cotados a R$ 36, os papéis da mineradora já caíram mais de 75% — hoje, com uma queda que chegou a ser de 29%, as ações são negociadas a pouco menos de R$ 9. O Ibovespa, ao mesmo tempo, voltou ao patamar de 100 mil pontos após mais de um mês.
O mercado segue de olho no processo de recuperação judicial da mineradora do empresário e ex-bilionário Eike Batista. De acordo com o colunista do jornal “O Globo”, Lauro Jardim, a Sexta Câmara Cível do TJ-RJ julgará, no dia 4 de novembro, o pedido de falência da MMX. A companhia já tivera sua falência decretada pela Justiça, mas os advogados do empresário recorreram e conseguiram reverter a decisão.
A mineradora, que procura recuperar-se judicialmente há quatro anos, é um dos destaques da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) neste mês. Depois de iniciar outubro embalando uma alta de 1867%, saindo de R$ 2 para R$ 36, os papéis da empresa passaram a tombar dia após dia desde a última quarta-feira (14), quando despecou 52% em apenas um pregão.
O movimento altamente instável dos papéis da companhia de Batista neste mês tiveram início após um fato relevante ter sido publicado no dia 30 de setembro, onde a empresa diz que registrou um pedido feito à Justiça para a retomada da extração de minério de ferro nas mina Emma e Lais. As minas ficam localizadas em Corumbá (MS), e são controladas pela mineradora Vetorial.
De acordo com a nota, a exploração da mina “pode ser de grande relevância econômica para a companhia”. A companhia afirmou que, caso obtenha sucesso na tentativa, “será possível viabilizar de forma ainda mais consistente a recuperação judicial” e potencializar a capacidade da empresa para a produção e venda da commodity.
Em comunicado divulgado na última sexta-feira (16), a Vetorial afirmou que detém legalmente a posse direta e exclusiva de toda a lavra da Mina Lais e da Mina Emma, e salientou que não há razões para especulações como as feitas pela mineradora de Eike.
Em meados de 2020, o empresário e acionista da MMX foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto por manipulação do mercado de capitais com a divulgação de informações falsas referentes à operação de sua petroleira OGX. A companhia foi uma das mais famosas da Bolsa brasileira na década de 2000, mas se mostrou uma das grandes fraudes da história do mercado de capitais do País.