Os mitos do ESG que o mercado brasileiro precisa superar, segundo fundador da FAMA Investimentos

Implementar ESG é importante para que as empresas não continuem perdidas no mercado brasileiro e se livrem de uma série de mitos que dificultam o entendimento dessa prática.

ESG nos investimentos: afinal, vale a pena?

Investidores do mundo inteiro estão mais exigentes. Além de buscarem retorno sobre o capital, muitos se preocupam com os impactos dos seus investimentos no mundo. Por isso, estamos em uma nova era do mercado financeiro, com os investimentos ESG – em inglês, Environmental, Social and Governance, traduzido como Meio Ambiente, Sociedade e Governança.

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É o que afirmou Fabio Alperowitch, fundador da FAMA Investimentos, no Encontro ESG promovido pela Suno Research na quarta-feira (17).

“Enquanto as empresas não entenderem a essência do ESG, não vão conseguir implementá-lo”, disse.

Na mesa estavam Henri Rysman, gestor de Fundos Renda Fixa da BNP Paribas, e Lincoln Camarini, head de ESG Research da Resultante ESG, moderada por Victor Montezuma, head de análise da Suno Research.

Alperowitch listou uma série de mitos que permeiam as companhias na hora de adotar um olhar mais atento às práticas ESG. Para o especialista, muitos acreditam que as empresas que adotam práticas ESG são perdulárias, o que não é verdade.

“Quando o assunto ESG chega, automaticamente é associado a algo filantrópico. Isso foi e está ainda está sendo entendido como algo filantrópico. Mas essas empresas acordam todos os dias querendo lucro como qualquer outra. A diferença é que não querem explorar seus stakeholders para isso”, disse.

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O gestor também não acredita que a prática é sinônimo de setores específicos, como por exemplo o de energia. “Toda empresa, de qualquer setor, pode adotar práticas ESG”, afirmou.

Alperowitch, por fim, lembrou que investir em ESG não é um fenômeno novo como se pensa, citando iniciativas ligadas à sustentabilidade sendo adotadas por parte de empresas há pelo menos 100 anos.

“A governança está aí a muito tempo, estava nas empresas, no nível operacional, mesmo que não no estratégico, muitas vezes como uma forma de compliance. A essência são empresas que levam em consideração stakeholders em suas decisões”, pontuou.

E, afinal, práticas ESG dão ou não dão dinheiro?

Alperowitch acredita que a tendência no longo prazo é a de que empresas ESG tenham maior capacidade acompanhar mudanças da sociedade de modo a atrair mais talentos e engajar fornecedores, tornando-se assim bons investimentos.

O palestrante citou um estudo de Harvard que, durante mais de 18 anos, analisou 180 empresas de 90 subsetores diferentes e chegou à conclusão de que companhias sustentáveis tinham mais retorno financeiro do que as demais.

“Nas empresas de bens de consumo, o gap de rentabilidade foi ainda maior, o que indica que o consumidor dá valor, pagando caro e se fidelizando. Em 2022, imagino que essa diferença seria muito mais acentuada do que quando esses assuntos eram menos falados”, pontuou o especialista em ESG.

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Laura Intrieri

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