O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), teria desviado verbas públicas da campanha eleitora utilizando laranjas.
A informação é do jornal “Folha de S.Paulo”, que abriu a edição desta segunda-feira (4) com essa manchete. Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, teria elaborado um esquema de candidaturas laranjas durante a campanha eleitoral. Dessa forma, ele teria desviado recursos para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara dos Deputados.
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Álvaro Antônio foi presidente do Partido Social Liberal (PSL) de Minas Gerais. Durante a campanha, o partido repassou R$ 279 mil a quatro candidatas. Essa é a percentual mínima de 30% exigida pela Justiça Eleitoral para financiar o fundo eleitoral de mulheres candidatas. Essas quatro candidatas foram entre as mulheres que mais receberam verbas públicas no Brasil.
Entretanto, essas candidatas tiveram desempenho insignificante nas urnas. Juntas, receberam pouco mais de 2.000 votos. Segundo a “Folha”, esse seria um indicativo que eram candidaturas de fachada, onde se simulam atos reais de campanha mas não tem engajamento efetivo na busca de votos.
Além disso, segundo o jornal, dos R$ 279 mil repassados pelo partido, ao menos R$ 85 mil acabaram nas contas de quatro empresas controladas por assessores, parentes ou sócios de assessores de Álvaro Antônio.
O atual ministro do Turismo foi o coordenador da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em Minas Gerais. Ele foi eleito com 230 mil votos, graças a ligação com o nome do ex-capitão do Exército, e faz parte do primeiro escalão do presidente da República. Em sua prestação de contas, Álvaro Antônio não mencionou nenhuma das empresas mencionadas na reportagem da “Folha”.
Ministro nega as acusações
Entretanto, o ministro negou as acusações apresentadas pelo jornal. Através de sua assessoria, Álvaro Antônio salientou que “a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei”. O ministro refutou “veementemente a suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha com laranjas no partido”.
“Fazer ilações sobre o valor gasto por qualquer candidato e a quantidade de votos que o mesmo conquistou é, no mínimo, subestimar a democracia e o poder de análise dos eleitores”, informou o ministro.
Segundo Álvaro Antônio, a contratação de empresas é de responsabilidade de cada candidato. Sobre suas despesas durante a campanha eleitoral, ele afirmou que “foram feitas de forma legal como comprova a aprovação da prestação de contas pela Justiça Eleitoral”.