Ministro prevê mais de R$ 1 trilhão em contratação em infraestrutura
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse nesta terça-feira (1) ser possível antever um segundo semestre interessante e um ano de 2022 muito forte em termos de transferência de ativos para a iniciativa privada.
De acordo com o ministro da Infraestrutura, vários projetos a serem leiloados e passarem por concessões no período, como portos, aeroportos e rodovias, privatização do metrô de Belo Horizonte e da Eletrobras, ativos na área de saneamento e leilões de linhas de transmissão, entre outros.
“Mais de R$ 1 trilhão serão contratados nos próximos meses em infraestrutura”, previu o ministro durante sua participação no segundo dia do Fórum de Investimentos Brasil 2021 (BIF), um evento internacional sobre atração de investimentos estrangeiros para o Brasil, organizado pela Apex-Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e governo federal.
Desse volume, segundo ele, R$ 260 bilhões serão da área em transportes e ocorrerão até fim de 2022. “Isso promoverá maior transformação da logística da nossa história”, enfatizou a potenciais investidores domésticos e internacionais.
Boa parte da outorga, segundo o ministro, será investida em questões ambientais, como no caso de despoluição de rios. “O que está por vir é grande, é da magnitude do Brasil.”
Capital estrangeiro
O ministro da Infraestrutura ressaltou que o Brasil tem conseguido atrair capital estrangeiro para o País e disse que, apesar de todos terem sido pegos de surpresa pela pandemia, o Brasil não se abateu. Falando para potenciais investidores domésticos e estrangeiros, ele citou a realização de 70 leilões no governo de Jair Bolsonaro e perguntou ironicamente: “E aí, pessimistas? O Brasil está dando certo?”
Segundo o ministro, a afirmação de que o País caminharia pelo rumo certo foi feita no mesmo evento, na edição de 2019 – no ano passado, o BIF foi suspenso por causa da pandemia. E agora, de acordo com Tarcísio, não há dúvidas de que isso esteja ocorrendo. “Estamos indo no caminho certo, da eficiência logística”, enfatizou.
O ministro continuou seu discurso dizendo que, mesmo com a pandemia, o crédito cresceu no Brasil e que 2020 se encerrou com um saldo positivo de geração de empregos formais. Para este ano, ele citou novas criações de vagas, revisões para cima do mercado privado para o Produto Interno Bruto (PIB) e arrecadação recorde. “2021 começou trazendo boas novas, com crescimento acima do esperado”, pontuou.
Tarcísio comentou que instituições financeiras estão revisando suas projeções para o PIB para intervalo de 4,3% a 4,5%, as que atuam de forma conservadora, e até de 5% para 2021. “Tudo nos leva ao caminho do crescimento, da vitória. Não está sendo diferente na infraestrutura.”
Sustentabilidade
O ministro da Infraestrutura avaliou que incorporar a questão de sustentabilidade aos projetos brasileiros é algo “inescapável” e que está ligado ao risco de imagem. “Temos trazido sustentabilidade para dentro da estruturação dos nossos projetos. Os fluxos financeiros estão ligados a questões ambientais e é isso inescapável. Temos que lembrar que o Brasil é líder na sustentabilidade”, disse.
Ele citou projetos na Amazônia, enfatizou que grande parte da energia usada no País é renovável e disse que o Brasil é uma potência agroambiental. “Cada projeto nosso é olhado com muito empenho e vigor para preservação de mata nativa, combate a processos erosivos, preservação da vida selvagem, comunidades vulneráveis de indígenas, quilombolas”, enumerou. “Nossos ativos serão certificáveis. O objetivo é, além de preservar imagem dos investidores, obter o selo verde. Queremos ter acesso ao novo bolso, que é o do ‘green finance'”, continuou.
Aviação
Tarcísio de Freitas deu grande ênfase ao setor aéreo durante sua participação no segundo dia do Fórum de Investimentos Brasil 2021. “O mercado de aviação crescerá muito e o investidor olha para longo prazo”, disse ele.
O ministro da Infraestrutura salientou que os leilões do setor realizados durante o governo de Jair Bolsonaro foram muito bem-sucedidos, apesar de a indústria ter sido uma das que mais sofreram com pandemia de coronavírus em todo o mundo. “Um total de 34 aeroportos foram transferidos para a iniciativa privada, mais do que o total do que foi feito por todos os outros governos”, comparou.
Com informações do Estadão Conteúdo