O noticiário político segue esquentando nesta sexta-feira. Depois de o mercado despencar na véspera, em meio a mudanças na regra do teto de gastos e à debandada de secretários do Ministério da Economia, hoje o grande tema é o Ministro Paulo Guedes. A grande pergunta é se ele também deve deixar o cargo.
Foi isso que noticiou o jornal Correio Braziliense hoje. Segundo a publicação, o Ministro da Economia teria pedido demissão do cargo na quinta-feira (21) durante uma discussão entre o líder da pasta econômica e o presidente Jair Bolsonaro. Poucos minutos depois, a agência Reuters afirmou que Guedes seguia no cargo.
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Agora, o mercado acompanha informações de que o presidente Jair Bolsonaro estaria a caminho do ministério para conversar com Guedes.
De acordo com o jornal Correio Braziliense, o ministro Paulo Guedes teria dito que não aceitaria furar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família que possui o valor de R$ 400.
O pedido de demissão teria ocorrido após os secretários do ministro pedirem exoneração de seus cargos, por não concordarem que o benefício fosse subsidiado com o aumento de endividamento público.
De acordo com fontes do jornal, o ministro se sentiria desmoralizado e não descartaria a opção de formalizar sua demissão hoje ou ao longo da próxima semana. O pedido teria sido confirmado por quatro fontes próximas a Guedes, segundo blog do Correio Braziliense.
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração. Gildenora Dantas, secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, e o Rafael Araujo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional, também pediram exoneração de seus cargos.
Funchal disse que o governo sinaliza um descompromisso com a responsabilidade fiscal, tirando totalmente a credibilidade da política econômica. Os secretários não são contra o aumento do valor do Auxílio Brasil, mas defendem que a medida deveria ser adotada com cortes de gastos e não com aumento do endividamento público.
Interlocutores de Bolsonaro já estavam a procura de nomes para substituir ministro Paulo Guedes
Mais cedo, o jornalista Valdo Cruz, do G1, havia informado que os interlocutores do presidente estavam sondando um nome para substituir o líder da pasta econômica, caso o ministro Paulo Guedes pedisse demissão.
Além de temerem que o próprio ministro pedisse exoneração, existe também uma ala do governo que tentava convencer Bolsonaro a substituí-lo. Eles argumentavam que o titular da Economia está muito enfraquecido e perdeu credibilidade junto ao mercado.
O grande impasse agora da política é a dificuldade em encontrar alguém que tenha credibilidade no mercado e aceite a função.
O ministro Paulo Guedes já havia falado anteriormente que não iria sair de seu cargo, somente se fosse obrigado a tomar medidas que colocassem em risco a responsabilidade fiscal.