Governo prevê queda do PIB de 8% a 10% no 2º trimestre

O Ministério da Economia anunciou nesta terça-feira (18) que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano deve sofrer uma contração entre 8% a 10% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

A projeção foi feita a partir de estimativas da Secretaria da Fazenda da pasta e do IBC-Br, indicador considerado uma “prévia do PIB” divulgado pelo Banco Central (BC) na última sexta-feira (14). O último IBC-Br apontou uma queda da atividade econômica de 10,94% no segundo trimestre deste ano.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia divulgou uma projeção em julho deste ano apresentando um recuo de 9,3% no PIB no segundo trimestre. Com isso, as expectativas para este ano são de uma queda de 4,5% na produção total de bens e serviços no Brasil.

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“A evolução do PIB no primeiro semestre de 2020 reflete a crise causada pela interrupção do comércio e das atividades normais da sociedade. No primeiro trimestre, muitas das grandes economias registraram quedas expressivas do produto trimestral, mas inferiores a 10%. No segundo trimestre, as quedas foram ainda mais impactantes, com muitos países registrando valores acima de 10%”, afirma a nota da SPE, “Apesar do expressivo esforço fiscal deste ano, o governo federal mantém sua diretriz de responsabilidade fiscal e tanto mercado como governo antecipam esta postura em suas projeções”.

Além disso, a secretaria ressaltou que o impacto nas contas públicas do Brasil atingirá 7,3% do PIB projetado para o ano de 2020, que é superior a média de 4,1% para 17 países em desenvolvimento e também acima da média de 30 países da Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) (6,3%).

Recuperação do PIB deve seguir em um formato de “V”

Durante o evento virtual organizado pelo banco espanhol Santander, nesta terça feira (18), o secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, afirmou que a população brasileira está se acostumando a conviver com o auxílio emergencial de R$ 600, o chamado “coronavoucher”. Entretanto, segundo o economista, esse subsídio do governo não será sustentável por muito tempo.

Segundo o secretário, os gastos públicos elevados provocados pela pandemia devem ocorrer apenas durante este ano. O governo, salientou o economista, tem o objetivo de desenvolver um novo programa social, com um pagamento médio maior que os R$ 190 reais da Bolsa Família. O programa tem o nome de Renda Brasil.

Falando sobre a possível retomada econômica, Guaranys salientou como o Brasil poderia ter uma recuperação em formato de V, ou seja uma queda abrupta e intensa e, em seguida, um crescimento da mesma intensidade.

Saiba mais: IBC-Br  prévia do PIB, apresenta queda de 10% no 2t20 e indica recessão

“O ministro Paulo Guedes sempre citava no início uma retomada em V da Nike, o swoosh´, ele cai mas sobe com uma inclinação menor. Mas o que a gente está vendo é que não, pode ser um V um pouco mais inclinado”, completou Guaranys, “Estamos um pouco longe de voltar ao que éramos antes, mas acreditamos que isso pode estar regressando, sim, a patamares mais rápidos do que acreditávamos. Isso nos permite fazer revisão de queda de PIB, permite ajustar as nossas políticas”.

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Rafaela La Regina

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