O Ministério da Defesa anunciou nesta terça-feira (30), em nota, a saída dos comandantes das três Forças Armadas. Edson Pujol deixa o Exército, Ilquer Babosa, a Marinha, e Antônio Carlos Moretti Bermudez, a Aeronáutica.
No texto, as autoridades não informaram o motivo da saída dos três comandantes nem anunciaram os substitutos, mas a movimentação vem um dia pós Fernando Azevedo e Silva deixar o cargo de ministro da Defesa, com o general da reserva Walter Souza Braga Netto, até então na Casa Civil, assumindo o posto.
É a primeira vez desde 1985 que três comandantes das Forças Armadas deixam seus cargos ao mesmo tempo sem ser em uma troca de governo. A movimentação, entretanto, já era tida como possível desde a noite de ontem e uma coluna do canal GloboNews já havia informado que os três haviam decido por colocar seus cargos à disposição.
Azevedo vinha mostrando insatisfação com uso político das Forças Armadas
Desde ontem, os comandantes das Forças Armadas já mostravam desconforto com a troca no Ministério da Defesa. Azevedo, que deixa o cargo, segundo comentários, vinha demonstrando reprovações a ações de Bolsonaro. O presidente da República estaria, para o ex-ministro, tentando cada vez mais tratar as forças militares como uma instituição a serviço do seu governo e não como um instrumento de Estado.
Em sua nota de demissão, Azevedo frisou que preservou a imparcialidade do exército. “Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, afirmou.
Segundo comentários, quando Bolsonaro insinuava, por exemplo, que utilizaria as Forças Armadas para resolver seus problemas políticos, Azevedo ficava responsável por entrar em contatos com outras instituições e afirmar que os poderes militares respeitariam a constituição.