Em novo parecer sobre as ações da Minerva (BEEF3), a XP destacou seu otimismo com os papéis, “reiterando a confiança” na companhia e recomendando compra dos papéis.
Atualmente o preço-alvo da XP para as ações da Minerva é de R$ 16,70 por papel, ante uma cotação na casa dos R$ 10.
“Estamos diminuindo nossas estimativas, dado que estamos incorporando um ritmo de exportação mais lento do que o esperado no 1S23. Como resultado, nosso EBITDA agora está em linha com as estimativas de consenso para 2023E, e reduzimos nosso preço-alvo de R$ 17,5 por ação para R$ 16,7 por ação”, diz a casa.
Segundo a XP, apesar das perspectivas de curto prazo mais difíceis, há otimismo por conta de
- Expectativa de que a demanda chinesa por carne bovina se recupere no 2S23 e, portanto, impulsione as exportações
- Conforme demonstrado no 1T23, as margens devem ser fortes devido à queda no preço do gado Brasil
- O Brasil é o único grande exportador que aumentará sua produção, o que beneficia mais a Minerva devido ao seu DNA exportador
- Downside limitado mesmo em um cenário mais negativo
“Estávamos mais otimistas com a volta do apetite chinês após o fim do embargo devido ao caso de vaca-louca atípico confirmada no Brasil. Como resultado, reduzimos nossas estimativas de receita líquida e EBITDA para a estimativa de 2023 em 7% e 5%, respectivamente, e agora estamos em linha com as estimativas de consenso”, diz a XP.
Minerva, JBS e Marfrig tiveram rali recente
A companhia encerrou o pregão no Ibovespa na última sexta-feira (19) em alta de 4,8%.
Os papéis seguiram a toada do pregão anterior, com quedas dos preços do boi gordo, milho e soja no Brasil – mostrando um cenário mais favorável às companhias do segmento.
Além disso, todas as companhias do setor reportaram seus resultados trimestrais recentemente.
Os especialistas do Itaú BBA destacaram que a Minerva e a JBS são as companhias mais promissoras no contexto atual, mantendo recomendação de compra para ambas, com preços-alvo de R$ 20 e R$ 39, respectivamente.
Cotação BEEF3
“A perspectiva de curto prazo deve deixar espaço para algum otimismo, com a temporada de churrasco nos EUA e a recuperação das exportações do Brasil para a China, enquanto a melhora no capital de giro ajudou o fluxo de caixa (ex-bônus da National Beef) a chegar a quase 0. No entanto, o segundo semestre de 23 e o ano de 2024 devem ser desafiadores nos EUA, enquanto a melhor dinâmica de gado e nas exportações da América do Sul não deve ser suficiente para compensar”, diz a casa.
Além dos pareceres sobre os balanços contábeis das companhias do segmento, a XP destaca, em uma visão setorial, que o setor de proteínas deve ter uma perspectiva melhor no segundo semestre deste ano, especialmente no caso da carne bovina.
“A perspectiva para o mercado brasileiro de proteínas está melhorando. Para o setor de carne bovina, a queda acentuada nos preços do boi, devido à maior oferta, além dos preços mais baixos dos grãos (positivos para a oferta no 2º semestre de 2023), são indicações sólidas de margens fortes à frente, embora sejamos da opinião de que os investidores aumentarão o otimismo somente quando o ritmo de exportação se recuperar”, apontam os especialistas.
“Para o frango, a oferta não está mostrando sinais claros de que está esfriando ou não, portanto, as exportações devem permanecer sólidas para sustentar os preços, em nossa opinião. No entanto, a queda acentuada nos custos com grãos deve se traduzir em melhores margens, o que é o principal fator para o desempenho positivo da BRF nos últimos dias”, completa.
Segundo a casa, apesar do ritmo abaixo do esperado de exportações de carne bovina em abril, o cenário ainda mostra ‘abates robustos’.
“O setor espera uma demanda externa mais forte nos próximos meses, conforme observado no ritmo de exportação da 1ª quinzena de maio, e está travando margens melhores”, destaca , sobre o nicho em que atuam Marfrig, JBS e Minerva, principalmente.