Minerva (BEEF3): lucro cai 25,7% no 4T23, para R$ 19,8 milhões; ações tombam no Ibovespa
A Minerva (BEEF3) encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 19,8 milhões, o que representa um recuo de 25,7% ante o apurado no mesmo intervalo de 2022, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (25). As ações da companhia operam em forte queda nesta terça-feira no Ibovespa.
No intradia, as ações da Minerva caíam 8,86%, cotadas a R$ 6,58.
Cotação BEEF3
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou R$ 605,9 milhões, com ligeira queda de 0,3% ante o apurado um ano antes. No fechado de 2023, o Ebitda da Minerva totalizou R$ 2,562 bilhões, montante 9,7% menor que o registrado em 2022.
A receita líquida da Minerva caiu 9,8% nos últimos três meses do ano passado quando comparado ao mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 6,166 bilhões. No ano de 2023, a receita líquida totalizou R$ 26,891 bilhões, um recuo de 13,2% ante 2022.
O resultado financeiro líquido do quarto trimestre da companhia foi negativo em R$ 462,1 milhões no quarto trimestre ante resultado negativo de R$ 562,4 milhões apurado um ano antes.
Em seu release de resultados, a empresa destaca que 65% da receita bruta consolidada veio das exportações, demonstrando que o mercado internacional de carne bovina segue sólido e aquecido.
“O desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado global de proteína bovina, segue proporcionando novos acessos a importantes mercados, como por exemplo, a habilitação do Paraguai para os Estados Unidos, a recente abertura de China para Colômbia e as novas plantas autorizadas no Brasil para acessar o mercado chinês, agora no início de 2024″, ressalta.
O mercado doméstico, por sua vez, passa por um momento de recuperação, em particular no Brasil, favorecido pelo ciclo pecuário positivo aliado ao cenário econômico favorável, fatores que naturalmente, acabam por incentivar o consumo local.
Em relatório, analistas do Itaú BBA avaliaram que os números operacionais da Minerva vieram fracos no Brasil, mas impulsionados pela dinâmica internacional.
De acordo com a casa, embora os investidores pareçam focados no resultado das fusões e aquisições com a Marfrig (MRFG3), enfatiza que compreender a demanda chinesa e o ciclo do gado na América do Sul será igualmente importante para definir as expectativas para o nível de rentabilidade recorrente da Minerva no exercício de 2024.
Olhando para o futuro, o Itaú BBA acredita que as expectativas dos investidores em relação à Minerva dependem do timing e da contribuição das novas plantas de abate, que provavelmente não ficarão claras até o segundo semestre de 2024.
Além disso, ventos favoráveis mais fortes em sua operação atual, dependendo do aumento da demanda chinesa por carne bovina e da continuidade do ciclo favorável da pecuária no Brasil, também permanecem no radar, informou o banco.
“Apesar do desempenho inferior das ações desde o início do negócio, é difícil determinar a avaliação da Minerva, pois é altamente dependente de fatores binários para os quais não temos visibilidade suficiente neste momento. Em suma, ainda vemos a Minerva como uma história de execução que carece de gatilhos de curto prazo mais fortes”.
O Itaú BBA tem recomendação ‘outperform’ (equivalente a ‘compra’) para as ações de Minerva, com preço-alvo a R$ 11,00.
*Com informações de Estadão Conteúdo