Minerva (BEEF3) continuará abastecendo mercado externo após restrição na Argentina
A Minerva (BEEF3) continuará atendendo aos seus clientes internacionais por meio das operações no Uruguai, Paraguai, Brasil e Colômbia, mesmo após a restrição de exportação na Argentina ser implementada. A informação foi revelada por meio de um comunicado ao mercado na noite da última terça-feira (18).
A posição da empresa vem à tona após o governo argentino suspender as exportações de carne bovina, com a intenção de controlar o preço do alimento no mercado interno. A mais nova tentativa de combate à inflação no país tende a prejudicar a Minerva, que é a líder na exportação de carne bovina na América do Sul. A decisão também impacta a Marfrig (MRFG3).
A operação da Minerva na Argentina ocorre por meio da subsidiária Athena Food, que opera de forma internacional por meio da exportação do alimento, mas que também atende o mercado doméstico por meio da Swift, uma das marcas mais conhecidas no país e também no Brasil. A operação na Argentina corresponde a 10% da receita consolidada da empresa.
“Mesmo com a suspensão temporária das exportações na Argentina, a Minerva, com o suporte de sua diversificação geográficano continente, seguirá atendendo aos clientes internacionais, de modo a atenuar o impacto da suspensão temporária”, disse a empresa no comunicado.
No documento, a companhia reiterou que a decisão é pautada pela sua plataforma operacional diversificada no continente, o que reforça o “compromisso com o abastecimento do mercado global e a vocação na exportação de carne bovina”.
Operações de Minerva e Marfrig na Argentina
Os frigoríficos brasileiros que atuam no país vizinho têm exposições diferentes àquele mercado. A Marfrig, que obtém mais de 80% de sua receita dos Estados Unidos, tem a Argentina representando apenas 1,3% de sua produção. Além disso, a companhia vem reduzindo as suas fatias de exportação no país, que já saíram de 70% para 50%.
“Por um lado, como efeito positivo, a interrupção da exportação argentina poderá elevar os volumes exportados pelos frigoríficos brasileiros, uma vez que a demanda chinesa permanece robusta e o Brasil é um substituto natural da lacuna deixada pelo mercado argentino”, comentou a Ativa Investimentos.
Para a corretora, contudo, “o choque de oferta resultante da suspensão das exportações argentinas poderá seguir sustentando a arroba bovina em patamares elevados, colocando pressão nas margens dos frigoríficos brasileiros, que já se encontram em níveis baixos”.
A decisão do presidente argentino Alberto Fernández impactou as ações do setor como um todo no último pregão. Enquanto os papéis da Minerva caíram 3,56%, as ações da Marfrig recuaram 1,08%. A JBS teve queda de 2,82%.