Minerva (BEEF3) registra lucro líquido de R$ 116,7 mi no 2T21, queda de 54%

A Minerva (BEEF3) divulgou nesta segunda-feira (9) seus resultados no segundo trimestre do ano. A  gigante das carnes apurou um lucro líquido de R$ 116,7 milhões, valor 54% inferior ao anotado um ano antes.

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No primeiro trimestre, a Minerva teve um lucro líquido de R$ 259,5 milhões.

Em contrapartida, a receita líquida da Minerva entre abril e junho desse ano cresceu 42,9 % na comparação anualizada, e passou de R$ 4,399 bilhões, para R$ 6,287 bilhões.

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Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia atingiu R$ 544,9 milhões, recuando 7,7% quando comparado com o segundo trimestre do ano passado. Ao mesmo tempo, a margem Ebitda ficou em 8,7%, caindo 4,7 pontos percentuais.

O fluxo de caixa proveniente das atividades operacionais da Minerva foi positivo em R$ 483,6 milhões no segundo trimestre desse ano.

No documento, a companhia destaca que, durante os meses de abril e junho deste ano, a divisão Brasil abateu 323,6 mil cabeças de gado, com uma taxa de utilização da capacidade de 70,9%. Um ano antes, a taxa alcançava 63,2%.

No segundo trimestre, o volume consolidado de abate da companhia totalizou 869 mil cabeças de gado, uma taxa de utilização da capacidade de 74,4%, o maior patamar desde o início da pandemia. Ao final de junho de 2020, a taxa ficava em 59,7%.

Segundo a Minerva, as exportações da Divisão Indústria Brasil geraram uma receita de R$ 1,882 bilhão no trimestre, valor 25,9% maior na comparação ano a ano.

“A boa performance das exportações da Divisão reflete a demanda aquecida no mercado mundial de carne bovina, principalmente na Ásia que cresceu 9 p.p na comparação anual”, explica o documento.

Alavancagem estável

O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,4 vezes, estável em relação ao primeiro trimestre do ano e ao quarto trimestre do ano passado, mas inferior em relação a 2019, quando o indicador era de 2,6 vezes.

Ainda segundo a empresa, o índice foi ajudado pela forte geração de fluxo de caixa livre no trimestre, de R$ 647 milhões, após despesas financeiras, capex e capital de giro. Retirando o efeito caixa do hedge cambial, a geração de caixa foi de R$ 425 milhões.

“Por causa do fluxo de caixa livre, a dívida líquida caiu para R$ 5,3 bilhões e a alavancagem ficou estável, mesmo com os pagamentos complementares de R$ 383 milhões em dividendos”, explicou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Minerva Foods, Edison Ticle.

Minerva: resgate das Notas e emissão de R$ 1,6 bi

A Minerva voltou a destacar, ainda, a gestão de passivos para alongar o perfil da dívida e reduzir o custo do endividamento. No documento, mencionou a conclusão do resgate das Notas 2026, a emissão de R$ 1,6 bilhão no mercado local e a reabertura das Notas 2031, com emissão adicional de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2 bi). Segundo o executivo, os exercícios de gestão de passivos agora “estão praticamente encerrados”.

De acordo com Ticle, a empresa tem agora uma dívida mais alongada, com o vencimento de 60% depois de 2028, além de um custo menor. A estrutura de capital da Minerva no momento é a melhor da história da empresa.

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Faturamento da Athena Food compensa operação brasileira

A conjuntura de escassez de gado terminado e a manutenção dos preços da arroba do boi no Brasil seguiu como um ponto de aperto para as margens da companhia, que atua na comercialização de carne bovina in natura e derivados, além da exportação de gado vivo.

O que tem compensado a operação brasileira é o faturamento da subsidiária Athena Foods, que engloba países vizinhos, como Paraguai, Uruguai, Argentina e Colômbia. No primeiro trimestre deste ano, a Athena ultrapassou pela primeira vez a participação da Divisão Brasil nos resultados financeiros da Minerva.

A empresa atribui à diversificação geográfica o desempenho financeiro dos últimos trimestres. “Essa posição nos permite arbitrar com agilidade os mercados, reduzindo os riscos, a volatilidade e maximizando a nossa eficiência operacional”, afirma, em nota, o presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz.

No segundo trimestre de 2021, os abates da Minerva caíram 6% no Brasil, para 323,6 mil cabeças. Nos países da América do Sul que fazem parte da subsidiária Athena Foods, entretanto, o volume abatido subiu 33,6% no período, somando 545,4 mil cabeças. O aumento registrado na Athena mais do que compensou a retração da Divisão Brasil, com os abates totais da empresa tendo aumentado 15,5% na mesma base comparativa, e chegando a 869 mil cabeças.

Minerva: volume de vendas

A Minerva também informou que o volume de vendas aumentou 32,7% no segundo trimestre deste ano, passando de 224,1 mil toneladas para 297,4 mil toneladas. Do total, 117,9 mil toneladas foram vendidas no Brasil, 6,7% a mais do que em igual intervalo de 2020. Já a Athena foi responsável pela venda de 179,5 mil toneladas, alta de 58,1% na mesma base comparativa.

O executivo admite que a pandemia da covid-19 ainda impõe dificuldades à economia mundial, mas afirma que o consumo global de carne bovina segue acelerado.

Por isso, a perspectiva para o segundo semestre do ano é positiva, comenta a empresa, com base em um cenário de avanço da vacinação contra a covid-19 e reabertura das economias. “Isso permitirá um suporte a segmentos importantes como o turismo e food service, consolidando assim um cenário de aceleração do consumo, não somente no mercado externo, mas também nos mercados domésticos da América do Sul”, disse Queiroz.

Última cotação da Minerva

A ação da Minerva, negociada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), sob o ticker “BEEF3”, encerrou o pregão de hoje em alta de 4%, valendo R$ 8,85, antes da divulgação dos resultados. No entanto, no ano o papel acumula uma queda de 13,06%, frente ao fechamento a R$ 10,18 ao final de dezembro.

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Com informações do Estadão Conteúdo

Laura Moutinho

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