Minerva (BEEF3): aquisição não muda visão neutra do Santander
Em novo relatório sobre a Minerva (BEEF3), a Santander corretora manteve recomendação neutra para as ações, mesmo diante da possível aquisição de plantas frigoríficas da Marfrig (MRFG3).
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Nesta semana, a BEEF3 submeteu uma nova proposta ao órgão de concorrência do Uruguai (Coprodec) para a compra das plantas frigoríficas da Marfrig no país.
A nova oferta prevê a aquisição de três unidades, mas com a revenda imediata de uma delas, localizada em Colonia, para o grupo indiano Allana.
Caso aprovada, essa operação aumentaria a capacidade da Minerva no Uruguai em aproximadamente 35% a 40%, abaixo dos 55% previstos na proposta original.
O Santander afirma que, apesar do potencial impacto positivo da aquisição, a incerteza quanto à aprovação do acordo continua sendo um fator de risco.
A casa não incluiu a aquisição das plantas uruguaias em sua projeção de R$ 4 bilhões de Ebitda para a Minerva em 2025, reforçando assim a cautela em relação ao desfecho do caso.
O cenário mais favorável para a empresa, diz a casa, é a melhora no ciclo do gado, o que pode sustentar seus resultados independentemente da aprovação da compra.
Ainda assim, a incerteza regulatória segue no radar dos investidores e pode impactar o desempenho das ações BEEF3 no curto prazo, afirma o Santander. O preço-alvo dos analistas para as ações da Minerva é de R$ 7.
O relatório lembra que a primeira tentativa da Minerva de adquirir as plantas da Marfrig no Uruguai foi barrada pelo Coprodec em maio de 2024.
O órgão antitruste argumentou que a compra elevaria a participação da Minerva no mercado de abate de bovinos do país de 25% para 40%, resultando em concentração excessiva. Em dezembro, a apelação da empresa foi negada, mantendo o impasse regulatório.
Os ativos em questão são avaliados em aproximadamente R$ 675 milhões, e a incerteza quanto à sua aquisição persiste mesmo com o novo modelo proposto.
O Santander observa que, caso aprovado, o negócio ainda manteria a Minerva com mais de 30% do mercado uruguaio de carne bovina, o que pode continuar sendo um obstáculo para o aval das autoridades.