Ibovespa: Minerva (BEEF3) dispara e puxa alta dos frigoríficos; entenda por quê

Mesmo com anúncio do Ministério da Agricultura sobre a suspensão das exportações de carne bovina do Brasil para a China, as ações dos frigoríficos estiveram entre as maiores altas no Ibovespa hoje. A Minerva Foods (BEEF3) puxa as altas, com valorização de 6,68%.

A decisão de interromper as vendas para o país asiático ocorreu após serem identificados dois casos da doença conhecida como “mal da vaca louca”, em Mato Grosso e Minas Gerais.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

O avanço dos papéis ocorre porque as empresas têm reafirmado que seguirão atendendo à demanda. O frigorífico da Minerva, por exemplo, informou que continuará atendendo a China por meio de quatro plantas de abate localizadas no Uruguai e Argentina, sem comprometer a participação de mercado e relacionamento com clientes.

A empresa acrescenta que realiza exportações para a China por meio das unidades de Barretos (SP), Palmeiras de Goiás (GO) e Rolim de Moura (RO).

Já o frigorífico Marfrig (MRFG3) informou que dispõe, na América do Sul, de treze plantas habilitadas para a China, sete no Brasil, quatro no Uruguai e duas na Argentina.

No acumulado dos primeiros seis meses do ano, as exportações brasileiras da Marfrig para o mercado chinês representaram 5,6% da receita líquida consolidada.

Em comunicado, o Marfrig afirmou que, em virtude de os dois casos da doença da ‘vaca louca‘ identificados em animais em Minas Gerais e Mato Grosso serem considerados atípicos, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) “deveria manter inalterado o status do Brasil”, de risco insignificante, “encerrando o episódio”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

“O tratamento que vem sendo dado ao caso comprova a eficiência e a transparência dos mecanismos brasileiros de rastreabilidade e de controle sanitário“, afirmou a companhia no documento.

Situação deve se normalizar em breve, diz diretora da Agrifatto

No sábado, após o ministério anunciar a suspensão das exportações, Lygia Pimentel, diretora da consultoria Agrifatto, avaliou que a situação deveria se normalizar em 10 a 20 dias.

A especialista explicou que, por protocolo, quando casos da doença são identificados em território brasileiro, as autoridades competentes precisam comprovar laboratorialmente a origem da doença.

“No primeiro momento, isso ocorre em laboratórios domésticos, mas depois é necessária uma contraprova em um laboratório internacional autorizado pelo comprador, neste caso, a China”, afirmou.

A interrupção dos embarques ocorreu de maneira voluntária pelo Brasil, até que os resultados sejam analisados e todas as questões sejam esclarecidas, comenta Pimentel.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Como os casos do mal da “vaca louca” foram reportados pelo Ministério da Agricultura como atípicos, ou seja, quando o problema foi sido desenvolvido dentro do próprio organismo do animal, sem risco de contaminação, o restabelecimento das exportações é uma questão de tempo, disse.

“Quando sair o resultado de todos os testes, o Brasil deve escrever um ofício e enviar para os chineses entenderem o que aconteceu e, na sequência, com as explicações aprovadas, o mercado volta a ser liberado”, disse a especialista da Agrifatto.

Ela acrescentou que os negócios devem se normalizar de forma rápida, uma vez que a China ainda tem uma alta necessidade de importar carne brasileira em meio ao aumento dos relatos de casos de peste suína africana no país.

Soma-se a isso, o gargalo deixado no mercado internacional pela restrição das exportações de carne argentina, outro importante fornecedor de proteína animal para os chineses.

Casos não representam risco para a cadeia de produção bovina, diz OIE

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concluiu nesta segunda-feira (6), que os dois casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença mais conhecido como “mal da vaca louca”, detectados em frigoríficos de Minas Gerais e de Mato Grosso, não representam risco para a cadeia de produção bovina. A informação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura, em nota ao Broadcast Agro.

Com o resultado, o Brasil mantém a sua classificação como país de risco insignificante para a doença.

Desde a semana passada, os casos estavam em análise no laboratório de referência internacional da OIE, no Canadá. Antes, passaram por uma apuração doméstica, que identificou que eram casos atípicos, ou seja, não provenientes de contaminação externa, mas originados no próprio organismo do animal. Depois do envio das amostras para a OIE, como de praxe, o País aguardava uma contraprova para garantir a segurança da produção aos seus parceiros comerciais, em especial a China.

No sábado, o Ministério da Agricultura confirmou que os casos estavam sendo investigados e, por protocolo, anunciou que as exportações de carne bovina para a China estavam suspensas. Agora, a liberação do mercado depende da decisão dos chineses.

A diretora executiva da Agrifatto, Lygia Pimentel, afirma, segundo fontes internas da consultoria, que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se reunirá com as autoridades do país asiático para discutir sobre o assunto neste terça-feira (7). Também por esse motivo as ações da Minerva e frigoríficos não sofreram com quedas.

Cotações da Minerva e frigoríficos

Nesta segunda (3), as ações da JBS (JBSS3) subiram 3,22%, cotadas a R$ 32,10, enquanto a BRF (BRFS3) avançou 0,88%, a R$ 23,88. Já a Marfrig valorizou 2,59%, para R$ 21,89.

A Minerva Foods encabeça as altas, com 6,68% de valorização, a R$ 8,31, à frente das concorrentes.

Com informações do Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno