Minério nuclear: Governo flexibiliza exploração pela iniciativa privada
O Governo Federal editou uma Medida Provisória (MP) que dá mais flexibilidade para a participação da iniciativa privada na exploração do minério nuclear. A medida foi tomada em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil S.A (INB).
A MP do minério nuclear foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta última sexta-feira (12).
Segundo a Secretaria Geral da Presidência da República, a medida “atualiza a legislação do setor mineral e cria novas oportunidades de negócio para a INB”.
As atividades de pesquisa, lavra, enriquecimento, industrialização e comércio de minérios nucleares e derivados são exercidas exclusivamente pela INB.
A MP permite que sejam feitos novos modelos de associação entre a INB e parceiros privados para exploração de jazidas minerais que possuam urânio.
“Apesar de ser rico em minério nuclear, atualmente o Brasil importa a maior parte dos insumos necessários à fabricação do combustível nuclear para atender as usinas de Angra I e II. Isso resulta em maior custo para produção do combustível e a perda de oportunidades de negócio, tanto no Brasil como no exterior. Com a atualização da legislação, espera-se que a INB, em parceria com o setor privado, aumente investimentos em pesquisa e lavra e a capacidade de produção nacional de urânio”, diz a Secretaria Geral em nota.
MP do minério nuclear prevê participação da ANM e INB
Pela legislação em vigor, quando o titular de autorização para pesquisa ou de concessão de lavra encontra elementos nucleares associados a uma substância mineral, ele é obrigado a informar a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a INB.
No caso de os elementos nucleares terem valor econômico superior a outra substância mineral, toda a jazida era incluída no monopólio estatal e o titular perdia a autorização de pesquisa ou concessão da lavra. Agora, independentemente do valor econômico dos elementos nucleares encontrados, a MP cria a oportunidade de parcerias entre o minerador e a INB, para o aproveitamento de todos os recursos minerais presentes na jazida.
Segundo o texto da medida, a União fica autorizada a aumentar o capital social da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar), por meio do aporte das ações que a União detém no capital social da INB.
Assim, a ENBpar passa a assumir o controle da INB. “A INB torna-se uma ‘estatal não dependente’, sem necessidade de recursos do Tesouro Nacional para desenvolver suas atividades”, explica a Secretaria Geral.
A medida propõe a participação da ANM na regulação e autorização de pesquisa e lavra de minério nuclear.
“A Constituição prevê o uso da tecnologia nuclear no Brasil exclusivamente para fins pacíficos”, diz a Secretaria Geral.
“Com responsabilidade socioambiental, a MP busca atrair capital privado e desonerar o contribuinte, gerando emprego e renda para a população e consolidando o Brasil como um porto seguro para investimentos”, completa.
Com informações do Estadão Conteúdo