Os futuros do minério de ferro operam em forte alta na manhã desta segunda-feira (10), impulsionados pelo alerta de escassez no mundo. Mais cedo, na Bolsa de Cingapura, o contrato futuro da matéria-prima para junho subia 9,5%, para US$ 224,65 por tonelada, sua máxima histórica.
Assim como o minério de ferro, a demanda por aço continua aquecida em meio a expectativas de que a economia global se recupere da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O processo deve beneficiar as siderúrgicas nos próximos trimestres.
O vergalhão de aço para entrega em outubro sobe 6%, para 6.012 yuanes por tonelada, maior valor já registrado. Desde o início deste mês, o minério de ferro, por sua vez, acumula uma valorização de 22%.
Os estoques de minério nos portos chineses podem diminuir à medida que os mercados externos se recuperarem, gerando uma situação de oferta escassa no mercado doméstico, o que favorece aumentos de preços, segundo avaliação da Zhongcai Futures.
Na última semana, a China anunciou a suspensão, por tempo indeterminado, do acordo de cooperação econômica com a Austrália. O chamado “Diálogo Econômico Estratégico Sino-Australiano” foi paralisado pela gigante asiática em função da intenção australiana em revogar a adesão ao acordo da “Nova Rota da Seda”.
A Austrália, maior fornecedora de minério de ferro, tem apoiado investigações sobre a origem da Covid-19, identificada inicialmente na China, em dezembro de 2019. Com a suspensão da conversa entre os países, há a expectativa de menor oferta de minério à China, que por sua vez é a maior produtora de aço do planeta.
Minério de ferro no Brasil
Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), as receitas com exportação de minério de ferro no Brasil deverão aumentar em 60% neste ano em relação a 2020.
Movimentando cerca de US$ 41,2 bilhões, a commodity pode ultrapassar a soja na liderança do ranking em geração de divisas do País. No ano passado, as exportações de minério trouxeram aproximadamente US$ 26 bilhões ao Brasil.
Nos primeiros quatro meses deste ano, os preços do minério de ferro subiram 77,6%, ao passo que a soja avançou 18%. Esse avanço é refletido diretamente na Bolsa, pois o Índice de Materiais Básicos (IMAT) acumula 31% de alta em 2021, ao passo que as siderúrgicas estão entre as maiores altas do Ibovespa no período, seguidas pela Vale (VALE3).
Com informações do Estadão Conteúdo.
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