O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro do governo de Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (22), em Santos, em uma operação da Polícia Federal.
O mandado de prisão de Milton Ribeiro foi expedido no âmbito da operação “Acesso Pago”, da Polícia Federal (PF), deflagrada no mesmo dia da prisão e que visa investigar suspeitos de operar um balcão de negócios no Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Além do ex-ministro, pastores tiveram mandados de prisão na operação – incluindo Gilmar Santos, que já foi detido. No dia, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e outros quatro mandados de prisão, que contemplam os estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.
Para além das prisões, a Polícia Federal também tomou medidas cautelares, como a proibição de contatos entre investigados e envolvidos.
O documento do mandado de prisão preventiva expedido contra Milton Ribeiro relaciona os crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
“O crime de tráfico de influência está previsto no artigo 332 do Código Penal, com pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses), todos previstos no Código Penal”, disse a PF, em nota.
“A investigação iniciou-se com a autorização do STF em razão do foro privilegiado de um dos investigados”, seguiu a polícia.
Entenda o escândalo que envolve Milton Ribeiro
Os pastores vinculados ao MEC negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais mesmo sem ter cargo no governo. O dinheiro vinha justamente do FNDE, órgão ligado ao ministério que é atualmente controlado por políticos do centrão.
O fundo do ministério possui recursos federais destinados a transferências para municípios, e era utilizado como ‘moeda de troca’ para pedidos de propina.
A atuação dos pastores foi revelada em apuração do jornal Estado de S. Paulo.
Posteriormente, após revelações dos pedidos de propina da Folha de S. Paulo, Milton Ribeiro deixou o cargo, no fim de março.
Em áudio revelado pela Folha, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse que priorizava pedidos dos amigos de um dos pastores a pedido de Bolsonaro.