Microsoft planeja fornecer serviço de “nuvem” à governo estrangeiros

A Microsoft está assinando acordos com governos estrangeiros para oferecer pacotes de infraestrutura em nuvem semelhantes ao serviço que forneceu para o Pentágono, Departamento de Defesa dos EUA. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (21) pelo jornal CNBC.

A Microsoft criou o Joint Enterprise Defense Infrastructure (ou JEDI, em sua sigla em inglês) para oferecer um serviço de nuvem para o Departamento de Defesa estadunidense, fornecendo um sistema de computação baseada em armazenamento de nuvem em todos os níveis de segurança nacional dos EUA. O Pentágono concedeu o contrato JEDI à Microsoft em outubro de 2019 e vale até US$ 10 bilhões (cerca de R$ 56 bilhões) em 10 anos.

Fora dos EUA, a Microsoft viu interesse no tipo de relacionamento que formou com o Pentágono, disse ao jornal norte-americano uma pessoa familiarizada com o assunto. Especificamente, a Microsoft se comprometeu em fornecer à iniciativa do Pentágono pessoas que sejam autorizadas para acessar informações de segurança governamentais e assim oferecer diversos produtos e serviços existentes, a um preço personalizado.

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Logo depois, funcionários da Microsoft começaram a trabalhar em contratos de nuvem para governos estrangeiros após ficar claro que o JEDI seria suspenso por causa de um desafio legal com a Amazon, principal rival da Microsoft no setor de computação em nuvem, disse essa pessoa.

A decisão mostra que a Microsoft espera continuar ampliando seus negócios de infraestrutura em nuvem atendendo às necessidades do setor público no exterior e, ao mesmo tempo, mantendo uma estreita colaboração com o governo Trump.

A empresa planeja anunciar a medida ainda este ano, disse uma pessoa, acrescentando que agências de inteligência e militares de fora dos EUA podem usá-lo. Outra pessoa familiarizada com o assunto disse que a Microsoft já tem contratos com governos estrangeiros, apesar de ainda não ter anunciado a nova estratégia. Não está claro em quais países a Microsoft está mais focada.

“Trabalhamos com governos em todo o mundo de forma duradoura e confiável por quatro décadas”, disse um porta-voz à CNBC por e-mail. “Temos clientes do governo usando nossos produtos para aprimorar seus serviços com as mais recentes inovações comerciais, envolver profundamente e conectar-se com os cidadãos de maneiras poderosas e capacitar funcionários do governo com as ferramentas modernas que precisam para ser mais eficientes e eficazes, e para dar-lhes tempo para se concentrar na missão nacional”.

Competição acirrada entre a Microsoft e a Amazon

Em novembro de 2019, o serviço de nuvem da Amazon, conhecido como Amazon Web Services (AWS, em sua sigla em inglês) entrou com um processo contra a Microsoft, já que o governo norte-americano lhe concedeu o contrato JEDI. Em fevereiro deste ano, a justiça norte-americana impôs uma ordem de restrição temporária que impedia o andamento do contrato. Em abril, foi dada a permissão ao Pentágono para revisitar sua avaliação das propostas da Microsoft e da Amazon para o contrato JEDI. O Pentágono espera concluir a revisão até 16 de setembro.

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A AWS detinha 47% do mercado de infraestrutura em nuvem em 2019, enquanto a Microsoft detinha 13%, de acordo com estimativas da empresa de pesquisa de mercado IDC.

Daniel Guimarães

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