A Microsoft (MSFT34) informou nesta segunda-feira (23) que está fazendo um investimento multibilionário de vários anos na OpenAI, reforçando substancialmente seu relacionamento com a startup por trás do chatbot viral ChatGPT, enquanto a gigante do software procura expandir o uso da tecnologia de inteligência artificial em seus produtos.
A Microsoft disse que a parceria com a criadora do ChatGPT se baseia nos investimentos da empresa em 2019 e 2021 na OpenAI.
As empresas não divulgaram os termos financeiros da parceria.
A OpenAI estava em negociações neste mês para vender as ações existentes em uma oferta pública que avaliaria a empresa em cerca de US$ 29 bilhões, informou o Wall Street Journal, tornando-a uma das startups americanas mais valiosas no papel, apesar de gerar pouca receita.
Empresa anunciou demissão de 10 mil funcionários em 18 de janeiro
As ondas de demissões em empresas de tecnologia seguirão agitadas em 2023. Apesar do anúncio de investimentos multibilionários na criadora do ChatGPT, a Microsoft (MSFT34) anunciou na última quarta-feira (18) que desligará 10 mil funcionários em todo o mundo até final de março. Os cortes devem afetar 5% do quadro de trabalhadores da big tech, que justifica a medida como redução de custos.
Assim como outras empresas de tecnologia, durante a pandemia a big tech expandiu suas operações. De 2019 para cá, mais de 75 mil pessoas foram contratadas pela companhia. Mesmo que a receita anual da Microsoft tenha crescido 58% nos últimos três anos, os cortes são justificados pela empresa pela incerteza econômica e desaceleração do setor de tecnologia nos EUA.
Embora vise o corte de despesas, as demissões na Microsoft, segundo o comunicado divulgado pela empresa, contabilizarão US$ 1,2 bilhão em seu balanço referente a custos de rescisões contratuais.
“Essas são os tipos de escolhas difíceis que fizemos em nossos 47 anos de história para continuar uma empresa nesta indústria que é imperdoável para quem não se adaptar a mudanças de plataformas”, afirmou o presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella.
Cortes não ocorrem apenas na Microsoft
As big techs, como são chamadas as gigantes de tecnologia, aderiram às demissões de funcionários em 2022 como forma de enfrentar a crise.
Na última semana, o presidente-executivo da Amazon (AMZO34), Andy Jassy, anunciou que a onda de demissões deve atingir mais de 18 mil funcionários. A demissão em massa, que representa um corte de 6% do corpo de pessoal da big tech, é a maior da história da empresa entre os anúncios recentes de companhias de tecnologia.
Da mesma forma, a Meta (M1TA34), dona do Facebook, anunciou no início de novembro a demissão de 13% de seus funcionários – cerca de 11 mil pessoas.
A big tech decidiu cortar gastos discricionários e estender o congelamento de contratações ao longo de todo o primeiro trimestre de 2023, em esforços de tornar a empresa “mais eficiente”, segundo o CEO Mark Zuckerberg.
Confira abaixo algumas das empresas de tecnologia que estão realizando ondas de demissões ou interrompendo contratações:
- Adobe (ADBE34): corte de 100 funcionários nos EUA da área de Vendas;
- Amazon (AMZO34): corte de 18 mil funcionários no ano de 2023;
- Apple (AAPL34): maioria das áreas da empresa tiveram contratações interrompidas;
- App 99: cerca de 100 funcionários demitidos em 2022;
- Clicksign: corte de 100 funcionários em 2022;
- HP (HPQB34): demitirá de 4 mil a 6 mil funcionários até o final de 2025;
- Intel (ITLC34): demissão de 20% de seu corpo de funcionários em 2022;
- Loft: corte de 855 funcionários em 2022;
- Meta: corte de 11 mil funcionários até o fim do 1T23;
- Microsoft: demissão de 10 mil funcionários até o 3T23;
- PagSeguro (PAGS34): corte de 7% dos funcionários em janeiro de 2023;
- SalesForce: corte de 10% do quadro de funcionários até o fim de 2024;
- Twitter (TWTR34): demissão de 3,7 mil funcionários desde o comando de Elon Musk;
- Vimeo: cortará 11% da sua força de trabalho em 2023.
Empresas “exercendo cautela”
Em nota, o presidente executivo da Microsoft enfatizou a desaceleração econômica, afirmando aos funcionários que as empresas em todo o mundo começaram a “exercer cautela, pois algumas regiões estão em recessão e outras estão prevendo uma”.
Nadella não especificou quais áreas serão afetadas pelos cortes na Microsoft, embora tenha dito que a empresa continuará contratando em áreas estratégicas importantes.
Com Estadão Conteúdo