Michael Klein passa a controlar Via Varejo após leilão do GPA

O empresário Michael Klein comprou cerca de R$ 100 milhões em ações da Via Varejo (VVAR3) no leilão que ocorreu durante a manhã. A Via Varejo é a controladora das marcas Casas Bahia e Pontofrio. As informações são do “Valor Econômico”.

E, por sua vez, a Via Varejo era controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA). O GPA vendeu sua participação de 36,2% no leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta sexta-feira (14).

As ações foram vendidas pelo valor de R$ 4,90 cada, e a movimentação foi de R$ 2,3 bilhões. De acordo com a B3, foram negociados 470.026.600 papeis.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Conforme o “Valor Econômico”, esperava-se que Michael Klein colocasse ofertas na faixa de R$ 250 milhões a R$ 500 milhões. Contudo, como haviam muitos investidores interessados, e não foi preciso chegar nessa faixa.

Dois dias atrás, foi aprovada pelo Conselho de Administração a venda das ações a um preço mínimo de R$ 4,75. A Via Varejo teria decidido pelo valor depois de receber carta do empresário.

No documento, era informado que o preço máximo de oferta seria de R$ 4,75 por ação. Michael é filho de Samuel Klein, o fundador da Casas Bahia.

O novo controlador da Casas Bahia ainda não chegou a fatia de 30% na varejista. Antes do leilão, detinha 25,4% de participação na Via Varejo. Esta seria a meta de Michael Klein, que deve comprar gradualmente mais papeis da dona do Pontofrio.

Além de Klein, os novos detentores das ações da Via Varejo devem ser divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após encerrado o pregão desta sexta-feira.

Via Varejo retira “pílula do veneno” do estatuto

A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos acionistas da Via Varejo aprovou no dia 3 de junho a retirada da cláusula do estatuto social, conhecida como “poison pill” (“pílula do veneno”).

De acordo com o economista da Suno Research, Tiago Reis, as “poison pills” são “táticas criadas pelas empresas para desencorajar ou até mesmo impedir aquisições hostis de companhias no mercado de capitais“.

Desta forma, a empresa de comércio varejista removeu de seu estatuto a regra de que: se um acionista atingir a quantidade igual ou superior a 20% dos papeis, tal acionista terá que realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).

Saiba mais – Via Varejo: Klein deseja controle sem OPA e ações caem, entenda o caso

“Com a diluição do capital das empresas em vários acionistas minoritários é muito comum que ocorra uma disputa pelo poder de voto através de aquisições de ações dispersas no mercado. Esse tipo de comportamento é denominado no mercado como hostile takeovers“, explica Reis.

A remoção da cláusula no estatuto social foi essencial para o leilão que ocorreu. Pois facilitou a venda da fatia do GPA na Via Varejo. E os investidores interessados não correram o risco de ter de realizar uma OPA.

Amanda Gushiken

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno